19 dez, 2017 - 18:21
Os CTT querem cortar 800 postos de trabalho nos próximos três anos. É um dos pontos do plano de redução de custos, consequência da queda do tráfego do correio, cujo conteúdo foi avançado pelo "Jornal de Negócios" e confirmado num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Um dos pontos da redução de custos é a diminuição de postos de trabalho. O grupo emprega um total de 6.700 pessoas (6.200 efectivos e 500 contratados a termo). Para este ano, e já em curso, está a eliminação de 200 postos de trabalho o que redundará numa poupança entre cinco e seis milhões de euros.
O "Jornal de Negócios" explica que já aceitaram sair cerca de 140 pessoas, sendo que a redução de efectivos representa um custo de 14 milhões de euros para o grupo. Haverá ainda uma limitação dos aumentos salariais não obrigatórios para os colaboradores em 2018.
No mesmo plano enviado à CMVM, os Correios dizem que querem redesenhar toda a rede de distribuição e optimizar as operações, acções com as quais quer poupar entre 21 e 25 milhões de euros por ano.
O documento diz ainda que é expectável que o plano de transformação operacional tenha uma poupança até 45 milhões de euros para o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações, amortizações) recorrente a partir de 2020 e ajudar a contrariar a contínua queda estrutural do negócio de correio.
“Os resultados têm estado sob pressão em 2016 e 2017 devido à queda do tráfego de correio superior ao esperado e ao aumento dos gastos operacionais”, diz o plano enviado à CMVM.
Redução de 25% da remuneração fixa da administração
Além da redução de 800 colaboradores em três anos, os CTT pretendem ainda racionalizar activos não estratégicos (mais ou menos 30 propriedades), "poupando gastos associados com os mesmos".
Os CTT estimam receitas relativas ao encaixe de 12 a 13 milhões de euros, sendo que o valor contabilístico actual é de seis milhões de euros.
O chamado Plano de Transformação Operacional dos CTT prevê ainda a redução de 25% da remuneração fixa do presidente do Conselho de Administração, António Gomes Mota, e do presidente executivo, Francisco de Lacerda.
Está prevista
a redução de 15% da remuneração fixa para os restantes membros executivos e não
executivos do Conselho de Administração em 2018, face aos níveis actuais.
"Não haverá lugar a remuneração variável para a
Comissão Executiva referente a 2018, nem em 2017", afirmam os CTT,
referindo que também se aplica a "limitação dos aumentos salariais não
obrigatórios para os colaboradores" no próximo ano.