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Ex-enfermeira torna-se primeira “bispa” anglicana de Londres

18 dez, 2017 - 19:16

A nomeação não foi bem aceite pelos sectores conservadores da Igeja, que recusam a ordenação de mulheres. Sarah Mullally ocupava até agora o cargo de bispo de Crediton.

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A ex-enfermeira Sarah Mullally foi nomeada oficialmente esta segunda-feira bispo de Londres para a Igreja Anglicana.

A nomeação foi comunicada pelo gabinete da primeira-ministra, Theresa May, que nomeia todos os bispos da Igreja Anglicana, que é a confissão oficial do Estado em Inglaterra.

Sarah Mullally tem 55 anos e é actualmente responsável pela diocese de Crediton. Com esta nomeação passa a ocupar o terceiro mais importante cargo da Igreja de Inglaterra, depois dos bispos de Cantuária e de York. Sendo ambos estes homens, Mullally passa a ser a mulher com o mais alto cargo na Igreja Anglicana. Outras igrejas em comunhão com a Igreja Anglicana já foram lideradas por mulheres, como é o caso da Igreja Episcopal, nos EUA.

A nomeação de Mullally vem, contudo, aprofundar as divisões actualmente existentes na Comunhão Anglicana, e na Igreja de Inglaterra em particular, entre os teologicamente conservadores, que rejeitam a ordenação de mulheres e liberais, que aceitam. Outras questões, como a aceitação de práticas homossexuais, liturgia o enfoque teológico da Igreja são também reflectidas por esta divisão geral que, a nível global, já causou várias divisões entre igrejas de tradição anglicana.

Acontece que Londres é uma diocese anglicana com grande presença de conservadores, o que dificultará a vida a Mullally. Actualmente há paróquias conservadoras que rejeitam a ordenação de mulheres e que são ministradas por bispos conservadores que as visitam para o efeito. A nova bispo já disse que pretende trabalhar de perto com eles e que respeita a posição daqueles que não aceitam o seu ministério.

Sarah Mullally formou-se em enfermagem mas abandonou essa carreira para ser ordenada sacerdote. Ao jornal britânico The Guardian afirmou a esse respeito que “perguntam-me frequentemente sobre ter tido duas carreiras, primeiro no Serviço Nacional de Saúde e agora na Igreja. Prefiro pensar que sempre tive uma vocação: SEGUIR Jesus Cristo, conhecê-lo e dá-lo a conhecer, procurando sempre viver com compaixão e ao serviço dos outros, seja como enfermeira, como sacerdote ou como bispo”.

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