13 dez, 2017 - 12:01
Marco Chagas, antigo ciclista e actual comentador da Volta a Portugal, que venceu em quatro ocasiões, acredita que o controlo positivo de Chris Froome é "péssima notícia" para o ciclismo mundial e até português.
A União Ciclista Internacional (UCI) confirmou, esta quarta-feira, que o chefe-de-fila da Team Sky foi notificado de um resultado analítico adverso de salbutamol em excesso de 1000 ng/ml, numa amostra recolhida durante a Volta a Espanha de 2017, que o britânico venceu.
"O melhor corredor, aquele que é a grande referência do ciclismo de estrada, é precisamente o Christopher Froome. Isso é incontornável", começa por sublinhar Marco Chagas, em declarações a Bola Branca.
Independentemente da possibilidade que os ciclistas têm, actualmente, de utilizar certas "substâncias sob controlo médico e com autorização", a notícia é que Froome teve controlo positivo "e é por aí que se vai pegar". Chagas questiona-se como é que a Team Sky, "que tem provavelmente o maior orçamento do ciclismo" e que é suportada por uma grande empresa britânica, "vai lidar com isto" e o que acontecerá "na sequência daquilo que já aconteceu com outros grandes corredores".
O ciclismo mundial poderá ressentir-se
Na opinião do antigo ciclista, vencedor da Gradíssima em 1982, 83, 85 e 86, esta notícia "afecta" o já de si "pequeno" ciclismo português, cuja capacidade de atrair equipas e patrocínios poderá diminuir:
"As pessoas e grandes marcas que estão arredadas da modalidade em Portugal, se calhar, vão continuar a sê-lo. Vai ter reflexo nos pequenos países e nos grandes. A confirmar-se e dependendo da evolução desta notícia, é sempre uma péssima notícia e vai provavelmente sentir-se [em todo o mundo do ciclismo] e Portugal não será excepção a isso."
A UCI já informou que a presença de salbutamol numa amostra não resulta na imposição de uma suspensão provisória ao britânico.