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Abandono escolar sobe para 14% e Portugal afasta-se de meta europeia

12 dez, 2017 - 00:00 • Manuela Pires

É o que diz o relatório “Estado da Educação”. E o aumento da população masculina poderá ser uma das causas.

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A taxa de abandono escolar precoce no ensino básico e secundário subiu para 14%, indica o relatório “Estado da Educação” divulgado esta terça-feira pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).

É a primeira vez, em 10 anos, que há uma subida desta taxa em Portugal, que conta agora mais três décimas do que em 2015. Com esta subida, Portugal fica mais longe de alcançar a meta europeia definida para 2020: 10% de abandono escolar precoce.

A justificação do CNE para esta subida prende-se com o aumento em 1% da população masculina, uma vez que nas raparigas a taxa de abandono tem vindo sempre a decrescer.

O relatório, que tem perto de 400 páginas, revela ainda que no ano passado a taxa de retenção e desistência baixou em todos os ciclos do básico.

Mesmo assim, diz o texto, as retenções e desistências continuam a ser muito elevadas. É o que acontece no 2.º ano, com 8,9% de chumbos. O relatório indica que, ao longo do percurso escolar, os alunos que reprovam continuam com dificuldades em recuperar, sobretudo nas disciplinas de Matemática e Inglês.

Aulas mais práticas e currículos flexíveis

A nova presidente do Conselho Nacional de Educação, Maria Emília Brederode Santos, conclui por isso que a mera retenção não resolve as dificuldades e avisa que um dos factores que pode explicar este insucesso é a forma como se dão as aulas, com pouca componente prática.

Brederode Santos defende que é preciso encontrar outras metodologias na sala de aula, adequar programas e instrumentos de avaliação.

O CNE destaca, nesse sentido, a existência de escolas que conseguem bons resultados apesar do meio em que estão inseridas e defende um estudo mais aprofundado sobre estes casos.

Outra prioridade defendida por este órgão consultivo é acompanhar no próximo ano a flexibilidade curricular introduzida este ano lectivo em algumas escolas.

A presidente do CNE deixa uma série de questões que, defende, devem estar presentes na educação: as consequências dos desenvolvimentos tecnológicos, as alterações demográficas e os avanços científicos.

Brederode Santos diz que há assuntos que levantam questões éticas, “umas mais antigas, como a eutanásia ou o suicídio assistido, outras mais novas, como as 'barrigas de aluguer’, que vêm interpelar a educação e desafiar a escola a lidar com ‘questões vivas’, questões fracturantes e difíceis, mas que os alunos sentem como questões do seu tempo que têm necessidade de discutir e estudar”.

Comentários
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  • de mal a pior!
    12 dez, 2017 Santarém 22:57
    Com superescolas mais constantes mudanças no ensino ao sabor da classe política governante é o resultado de um falhanço cada vez maior do ensino em Portugal e da própria qualidade dos formadores também eles já vítimas da má qualidade a que foram submetidos.
  • António dos Santos
    12 dez, 2017 Coimbra 20:39
    No meu email anterior, estava a referir-me a Educação Física. Sem esta referência o texto fica errado
  • António dos Santos
    12 dez, 2017 Coimbra 16:19
    A culpa é da má qualidade dos currículos, que estão a ser dados. Por exemplo: Quando vimos no 8º ano ser obrigatório ter livros e estudar, fazendo mesmo trabalhos escritos em casa, revela uma estupidez. Porque o pessoal que faz e elabora os currículos, não têm o mínimo de qualidade, para esta tarefa. O ministério está cheio de lixo. Concluindo, as matérias não são apelativas e a maioria dos professores não têm qualidade nenhuma para darem aulas. Outra situação é a falta de controle pelas entidades competentes. Pois há que cumprir a legislação, que obriga os adolescentes a estudar, mas os pseudo-responsáveis, em vez de trabalhar e cumprir a sua obrigação, andam a chular o estado.
  • DR XICO
    12 dez, 2017 LISBOA 14:26
    Mais depressa o RR mete aqui opiniões de ódio politico que constatações efectivas: horários semanais, dias de férias, explicações particulares em casa etc... não digo mais para ñ ferir as susceptibilidades de um ou outro jornalista/prof.
  • DR XICO
    12 dez, 2017 LISBOA 11:02
    Não andassem os professores mais preocupados com as manifestações para mamarem ainda mais do estado, como se não fossem os parentes ricos da função publica. (todos chegam ao topo da carreira, horário maximo 25h/semana, 95 dias férias, vencimentos muito acima da média...)
  • claro!
    12 dez, 2017 pt 09:44
    Resultados de 4 anos de Cratismo na educação! Os resultados só aparecem passado algum tempo e é nisso que joga a direita radical hipocrita. Assim perante a opinião publica os maus da fita são os que hoje governam, como se as consequências não tivessem a ver com as más politicas anteriores..
  • ana
    12 dez, 2017 lisboa 08:37
    Se calhar se mudassem o sitema de ensino isto fosse diferente, os anos passam e o método do nosso ensino não está adequado á evolução dos tempos de hoje, é só despejar matéria sem interesse nenhum, falata aulas práticas, falta visitas de estudo, falta acesso ás novas técnologias, falta captar os alunos através dos interesses actuais dos jovens e nada disso é feito, tudo é enfadonho e retrógado até alguns professores que já deviam estar reformados e dar lugar a outros continuam nos seus métodos antigos a lecionar como se tivessem á 30 anos atrás, se nada mudar o afastamento vai ser maior
  • Filipe
    12 dez, 2017 évora 03:39
    Pois é , os tipos do Estado são mesmo dementes . Tem no código do trabalho que pode-se trabalhar com 16 anos e depois tem um ensino obrigatório até aos 18 anos . Mas afinal ?
  • Filipe
    12 dez, 2017 évora 03:39
    Pois é , os tipos do Estado são mesmo dementes . Tem no código do trabalho que pode-se trabalhar com 16 anos e depois tem um ensino obrigatório até aos 18 anos . Mas afinal ?

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