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​Em Nome da Lei

Antiga governante acredita em menos austeridade com Centeno no Eurogrupo

09 dez, 2017 - 13:24

Antiga secretária de Estados dos Assuntos Europeus Margarida Marques espera mais flexibilidade na Zona Euro, ao contrário dos outros partidos. A eleição do ministro das Finanças para a presidência do Eurogrupo foi o tema em destaque no programa Em Nome da Lei da Renascença.

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Em Nome da Lei - Centeno vai mudar o Eurogrupo? - 09/12/2017

Com Mário Centeno na presidência do Eurogrupo haverá menos austeridade, afirma Margarida Marques, ex-secretária de Estado dos Assuntos Europeus, em declarações ao programa Em Nome da Lei da Renascença.

A deputada socialista acredita que pode haver maior flexibilidade, por exemplo, nas metas da dívida pública e aponta o primeiro grande desafio de Centeno.

“Eu acho que pode ser na dívida. Já é evidente que há flexibilidade na interpretação dos 60% da dívida. O que eu penso que é o próximo passo é, em primeiro lugar, avaliar o ‘fiscal compact’ [Pacto Fiscal Europeu] antes de o integrar nos tratados e na lei da União Europeia, é preciso ver qual foi o impacto nas economias europeias, nos cidadãos europeus e ver como é que é possível, ao fim deste tempo, adaptar o ‘fiscal compact’. Do meu ponto de vista, isso é o primeiro desafio para Mário Centeno.”

Opinião diametralmente oposta têm os dois partidos que apoiam o Governo de António Costa. O eurodeputado comunista João Ferreira diz que Mário Centeno não terá margem para qualquer flexibilização, porque não é quem preside ao Eurogrupo que define as regras.

“Nos vários cenários que foram apontados para o futuro da União Económica e Monetária, e já nas propostas que esta semana conhecemos, não está em cima da mesa nenhum tipo de flexibilização das regras da Zona Euro”, frisa João Ferreira no Em Nome da Lei da Renascença.

Também a eurodeputada do Bloco de Esquerda Marisa Matias não acredita em novas políticas. Haverá, quanto muito, uma mudança de estilo. O Eurogrupo, afirma, continuará a ser o que é: “um órgão que não tem nenhuma legitimidade formal ou democrática”.

A eurodeputada bloquista teme que, com Mário Centeno a dirigir as reuniões dos ministros da moeda única, haja mais Eurogrupo no Governo do que governo no Eurogrupo.

“Cristiano Ronaldo das cativações”

À direita do PS, a opinião é também que o ministro português das Finanças, que o seu colega alemão um dia apelidou de Cristiano Ronaldo do Ecofin, conseguiu o lugar por ter seguido a trajectória de cumprimento das regras do défice iniciada por Passos Coelho.

O eurodeputado social-democrata José Manuel Fernandes diz que Mário Centeno é o “Cristiano Ronaldo das cativações”.

“Mário Centeno é um ortodoxo nos fins, ainda que nos meios não a mesma atitude. Ele também tem mérito, mas quem reduziu o défice de 11,2% para cerca de 3% foi o anterior Governo, quem deixou uma economia a crescer e fez reformas foi o anterior Governo”, argumenta José Manuel Fernandes.

O ex-eurodeputado e dirigente centrista Diogo Feio defende que Centeno foi e continuará a ser o rosto da austeridade imposta por Bruxelas.

Diogo Feio diz que a eleição de Mário Centeno só foi possível porque teve o apoio da França e da chanceler alemã, Angela Merkel, a quem o PCP e o Bloco de Esquerda têm atribuído o odioso das políticas de austeridade impostas a Portugal.

Comentários
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  • optimista
    11 dez, 2017 Setúbal 22:43
    Agora é que vai ser vida boa para os países mal comportados e refilões, os alinhados do norte vão ver como é que o carrossel deve funcionar!
  • joao123
    09 dez, 2017 lisboa 18:47
    Como é que podem falar em fim da austeridade com o país sempre com défices todos os anos , ou seja, tem de pedir dinheiro emprestado todos os anos para pagar as contas, dinheiro esse que já vai em 250 mil milhões de euros para um país que produz 180 mil milhões de euros por ano...acham que vão continuar a emprestar e criar maior dívida para sempre...?
  • Eborense
    09 dez, 2017 Évora 16:23
    E o PS admite os extremismo do BE, porque quer continuar a governar um País em que perdeu as eleições e portanto, devia ser oposição e não governo. Não há almoços grátis e faz muito bem a Dr.(a) Catrina do Teatro enxovalhar o governo, o qual merece esse enxovalho.
  • claro!
    09 dez, 2017 lis 15:03
    A esperança é a última a morrer! O BE na sua vertente extremista irá perder eleitorado se continuar com os ataques desbravados ao PS! A realidade dos tempos não permitem revolucionarismos só para contentar eleitorado do BE mais apressado. A coordenadora a continuar assim perderá a credibilidade para a maioria que não pretende excessos de revolucionarismo. Há varias variáveis que o BE está a desprezar que o conduzirão ao abismo.

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