07 dez, 2017 - 20:32 • Isabel Pacheco
São jovens e preparam-se para partir em missão para a diocese de Pemba, em Moçambique, em Julho do próximo ano. Mas até lá há formação. Fazem parte do projecto “Salama!”, do Centro Missionário Arquidiocesano de Braga (CMAB), e são preparados para a realidade que os espera no interior daquele país africano.
Daniela Macedo não pensou duas vezes. Em declarações à Renascença, diz que está disposta a deixar para trás a carreira militar, a casa e a família. É uma das candidatas a integrar este projecto de cooperação. “É abdicar de um ano da minha vida, mesmo!”, sublinha a jovem, que fazendo parte da Função Pública até terá de indemnizar o Estado, porque “gastaram dois anos com a minha formação”, explica.
Margarida Carvalho já esteve em Pemba. A enfermeira, de 28 anos, regressou em Julho, mas as histórias que traz “no coração” fazem-na querer voltar. A noite em que uma criança de 9 meses chegou à porta da missão a chorar de fome, ainda a comove. Lembra-se do sentimento de impotência que sentiu. “Ajudamos a matar a fome nesse momento. E no dia a seguir? E nesse mesmo dia à noite? Como se resolve isto?” questiona.
Margarida acompanhou a equipa do Padre Jorge Vilaça que foi reabrir o Centro de Saúde de Ocua-Pemba, um dos projectos sociais que a missão desenvolve na paróquia de Santa Cecília, que tem 100 quilómetros de extensão e muita gente com “fome e sede” de assistência pastoral. “Foram 2.600 baptismos de adultos num mês”, recorda o sacerdote.
2018 será o terceiro ano em que a Arquidiocese de Braga leva missionários para a Diocese de Pemba. A formação dos voluntários começou dia 2 de Dezembro. A segunda sessão terá lugar no próximo sábado, dia 9, e vai prosseguir ao longo dos próximos meses.
“O principal objectivo do Salama! é contribuir para a criação e o aprofundamento de laços de comunhão e de partilha espiritual e material entre as Dioceses de Braga e Pemba. A primeira forma de o fazer é pela oração”, lê-se no site da arquidiocese de Braga. Mas há outras formas de ajudar, por exemplo, através de donativos, fazendo o “apadrinhamento ou amadrinhamento de catequistas”, ou comprando um dos Presentes Solidários da FEC - Fundação Fé e Cooperação para Moçambique.