Nilofar Ayoubi tem 28 anos e há dois anos, quando os talibãs tomaram de novo o poder, teve de abandonar o país por temer pela vida - pela dela e pela dos filhos. Sente que o Afeganistão “está de novo a ser empurrado para a época medieval”. Em relação às mulheres, a situação atual é resumida numa palavra: “Desastre."
Governos estrangeiros e a ONU têm condenado as crescentes restrições impostas às mulheres no Afeganistão desde que os talibãs retomaram o poder no país há dois anos.
Lojas passam a exibir manequins femininos com rostos tapados ou até “decapitados”. É a mais recente regra do regime talibã para diminuir a presença das mulheres, ou neste caso de objetos que as evoquem, nas ruas do Afeganistão.
Volker Turk considera que o aumento das restrições dos direitos das mulheres prejudicará todos os afegãos, aumentará o seu sofrimento e impedirá o desenvolvimento do país.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 apelaram ao regime talibã para inverter a decisão de proibir as mulheres de estudarem na universidade e de banir as raparigas do ensino secundário.
A organizadora da marcha de protesto, Basira Hussaini, diz que a ação terminou abruptamente porque as "forças de segurança talibã e os polícias dispersaram a manifestação de forma violenta", tendo torturado e detido algumas das participantes.