Governo avançou 10 milhões para compra e reparação de 45 mil computadores em falta nas escolas. Concursos são "muito burocráticos e demorados", dizem diretores.
Um investigador, um professor e um aluno concordam que há muito a mudar na educação em Portugal – nomeadamente, em temas como a disciplina de cidadania ou os manuais digitais, que deviam ter "menos importância". São necessárias “medidas estruturais”, principalmente para responder à falta de professores que pode aumentar o fosso entre ricos e pobres nos próximos anos.
Durante este ano letivo, a medida — que implica uso exclusivo de manuais digitais — abrange cerca de 13.600 alunos, quando, no ano passado, eram cerca de 21 mil.
"Não queremos radicalizar a aposta no digital. Queremos mitigar a oferta do manual físico, logístico e também com o digital", declarou José Manuel Bolieiro.
Especialistas apontam que o tempo recomendado de utilização de ecrãs nas diferentes faixas etárias, o tipo de tarefas e de matérias em causa e as características da criança devem ser considerados na articulação entre os dois formatos.
No ano passado, os manuais digitais chegaram a 24.011 alunos, a maioria do 3.º ciclo (46,8%), seguido do 2.º ciclo (28,5%), secundário (16,3%) e 3.º e 4.º anos (8,4%), segundo dados da Direção-Geral da Educação.
Segundo o estudo, 90% dos encarregados de educação dizem preferir os livros em papel por permitirem uma maior concentração dos alunos e apenas 8% preferem os manuais digitais.
Projeto de resolução recomenda ao executivo que "dê por concluído" o projeto-piloto sobre a digitalização dos manuais escolares, tendo em conta a exposição das crianças e jovens aos ecrãs.