Valdemar Duarte é Diretor Geral da Ageas Pensões, marca do Grupo Ageas Portugal, explica-nos a importância de ter uma boa almofada financeira:

- Porque é que se deve poupar?

R: Devemos poupar porque os ritmos como obtemos o nosso rendimento e como o vamos gastar são diferentes ao longo da vida. Numa fase inicial, necessitamos de ajuda e contamos com a poupança dos nossos pais, com a carreira profissional estabilizada, conseguimos gerar mais rendimento do que o necessário e na reforma as necessidades de rendimento são normalmente superiores às pensões que recebemos.

A atual crise do Covid-19 tornou clara, de um dia para o outro, a importância de termos um pé de meia. E é verdade que temos boa proteção por parte do estado em termos de saúde, desemprego e reforma, mas esta é insuficiente para todas as necessidades e o seu bom nível está pressionado pelo crescente envelhecimento da população.

- Se eu ficar doente de repente e sem trabalho, se precisar de ir à poupança… Quando é que isso é possível e quais são as modalidades de reembolso que existem?

R: Os planos de poupança para as necessidades como a educação dos filhos, podem ser reembolsados em qualquer momento, no entanto, os benefícios fiscais tornam-os mais interessantes a partir do 8º ano ou, pelo menos do 5º ano. Normalmente, o reembolso é em capital, e em caso de morte é pago sem qualquer imposto.

Os produtos para a reforma: PPR’s (Planos de Poupança Reforma) ou fundos de pensões, podem também ser recebidos antecipadamente nas situações de doença grave e desemprego de longa duração. O reembolso pode ser todo de uma só vez em capital, mas a reforma é uma fase da nossa vida que dura mais de 20 anos e o ideal é ser recebido em prestações regulares que permitam aumentar o rendimento na reforma.

- Quando poupamos estamos a construir o futuro, o nosso e o do planeta… O que é o Investimento Sustentável?

R: Diz-se que um para aplicação das nossas poupanças é sustentável quando para além dos objetivos de proteção e valorização se conjuga o objetivo da sustentabilidade que se traduz no contributo para a proteção do planeta e o bem-estar das pessoas.

- Quando falamos em poupanças se calhar nem todos visualizamos como deve ser composto o património do fundo de poupança… Como deve ser?

R: A aplicação do património deve ter como objetivos a sua proteção e valorização, para esse efeito é indispensável a boa qualidade dos títulos (bom rating) e uma grande diversificação no tipo de ativos financeiros (ações, obrigações de empresas e do estado, imóveis, etc) e geográfica por países e regiões.