29 jun, 2013 • Pedro Marques Silva
“Estou com eles, não compartilho dos excessos nas manifestações, mas este é um movimento puro”, diz Maurício de Sousa, autor responsável pela criação da “Turma da Mónica”.
À margem de uma sessão de autógrafos realizada esta semana, no edifício do Diário de Noticias, em Lisboa, Maurício de Sousa reconhece que “o Brasil tem muitos problemas, a população amadureceu e resolveu dizer basta”.
Os protestos no Brasil já duram há várias semanas, com manifestações em dezenas de cidades. Pelo menos cinco pessoas morreram.
O pai da famosa colecção de banda desenhada esteve à conversa com a Renascença, durante a visita do autor brasileiro a Portugal, no âmbito da comemoração dos 50 anos da Turma da Mónica e no momento em que é lançado um conjunto de 12 histórias inéditas da saga.
Sem querer revelar grandes detalhes sobre os “episódios” que se seguem, Maurício de Sousa garante muitas novidades. O autor explica que ao fim de meio século, ainda há muito para escrever sobre a "Turma”. “Todos os dias há ideias e surpresas, seja da turminha seja dos amigos, ou dos fãs que se cruzam comigo e vão dando as suas dicas.”
Em relação à criação das personagens da colecção de banda desenhada, Maurício de Sousa revelou que se inspirou em si próprio e nos filhos. “Algumas personagens vêm da minha infância ou projecções. O Chico Bento é muito parecido comigo, quando eu era criança, assim como o Franjinha. A Mónica e a Magali são inspiradas nas minhas filhas. Eu tenho 10 filhos, muitas personagens são inspiradas neles”.
Em Portugal, a Turma da Mónica vai servir de inspiração a um parque temático na Amadora, a capital da BD em Portugal, que ocupará a Fábrica da Cultura e cuja abertura está prevista para Setembro. Sobre o parque, o autor brasileiro diz-me bastante surpreendido e feliz. “Adorei a ideia. Tenho a certeza de que vai haver uma cópia da ideia, no brasil. Vai ser um jardim com esculturas dos personagens da turma. Espero voltar aqui para inaugurá-lo,” afirmou.