Mexia levou técnicos da UNESCO à barragem do Foz Tua
01 ago, 2012
Especialistas estão no Alto Douro Vinhateiro para avaliar se as obras da barragem implicam a retirada do estatuto de Património da Humanidade à região. Foram recebidos esta manhã com protestos de ambientalistas.
A Renascença apurou que os técnicos da UNESCO que se encontram em Portugal de visita ao Alto Douro Vinhateiro visitaram ontem as obras da barragem do Foz Tua, acompanhados pelo presidente da EDP, António Mexia.
O responsável da eléctrica portuguesa mostrou aos especialistas o projecto de Souto de Moura, que visa compatibilizar a construção da barragem com o Património da Humanidade.
Os especialistas foram recebidos, esta manhã, na Régua, por uma manifestação de cerca de 20 ambientalistas, que protestavam contra a construção da barragem. Os técnicos estão reunidos com organizações ligadas ao ambiente, que desde o início estão contra a construção do empreendimento hidroeléctrico, como o Partido Ecologista "Os Verdes", a Quercus ou o Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), e com os autarcas da região.
À chegada ao Museu do Douro, onde decorre o encontro, uma das especialistas parou para falar com os ambientalistas e para tirar fotografias dos cartazes colocados nas paredes do edifício – e onde se podia ler "STOP novas barragens", "Barragem de Foz Tua = cancro no Alto Douro Vinhateiro" e "Barragens afundam património".
A visita ao Douro vinhateiro foi agendada após a última reunião do Comité do Património Mundial da UNESCO, que decorreu em São Petersburgo, na Rússia, e durante a qual foi aprovado um "abrandamento significativo" das obras da barragem, em alternativa à suspensão das mesmas.
Até ao final do ano, a missão deve enviar um relatório à EDP com a sua avaliação.
O Douro foi distinguido como Património Mundial da Humanidade em 2001. A barragem, cujas obras arrancaram há 15 meses, vai ocupar 2,9 hectares do Alto Douro Vinhateiro, o que representa 0,001% do total da área classificada.