Ditadura mortal de Pinochet. Relatório contabiliza mais de 40 mil vítimas
19 ago, 2011
Balanço inclui executados, desaparecidos e torturados durante os 17 anos do regime de Augusto Pinochet (1973 - 1990).
Um novo relatório oficial sobre a ditadura de Augusto Pinochet, o terceiro em 20 anos de democracia, eleva para mais de 40 mil as vítimas desse regime, entre as quais há 3.225 desaparecidos.
O relatório governamental da Comissão Valech, entregue ontem, contabilizou mais 9.800 pessoas torturadas ou detidas por motivos políticos e 3.225 dadas como desaparecidas. No último documento, feito em 2004, o balanço era de 27.255 vítimas.
"Não há dúvida de que isso é um novo passo na abordagem, nas políticas públicas que o Estado do Chile teve em relação às violações aos direitos humanos no tempo da ditadura", disse María Luisa Sepúlveda, presidente da comissão, depois de entregar o relatório ao presidente Sebastián Piñera.
A comissão reabriu seu trabalho por 18 meses e recebeu no total o depoimento de mais de 32 mil pessoas, mas a maioria destas ficou de fora do relatório após terem sido feitas as verificações ou porque não estavam dentro dos parâmetros definidos para a qualificação de vítimas.
"Há pessoas como os filhos de vítimas que sofreram invasões de domicílio violentas, onde seus pais foram vítimas de prisão e às vezes de execução, que não estão dentro do mandato porque não foram vítimas diretas", explicou Sepúlveda.
O Estado reconheceu, até à data, 27.153 pessoas merecedoras de uma compensação mensal pelas violações dos direitos humanos de que foram vítimas.