Bioética
Especialistas juntam-se no Vaticano para discutir células estaminais
08 nov, 2011 • Ecclesia
Iniciativa acolhe 350 especialistas internacionais em diversas áreas, da ciência à religião.
O Vaticano apresentou hoje, em conferência de imprensa, o congresso internacional "Células estaminais adultas: Ciência e o futuro do homem e da cultura", que vai juntar 350 especialistas em diversas áreas, da ciência à religião.
A iniciativa, que vai decorrer entre quarta e sexta-feira, é organizada pelo departamento ‘Ciência e Fé’ do Conselho Pontifício da Cultura (CPC) com a intenção de “potenciar a investigação e dar a conhecer ao grande público as terapias que utilizam as células estaminais adultas, que não implicam a destruição de embriões humanos”.
O cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do CPC, referiu que “o tema da medicina regenerativa e do uso das células estaminais adultas é complexo e delicado, colocado no espaço privilegiado e incandescente do diálogo entre ciência e cultura”.
Já o responsável pelo departamento "Ciência e Fé" do CPC, Tomasz Trafny, diz que a Santa Sé quer “apresentar algumas perguntas importantes e, por vezes, provocantes”.
Entre estas, por exemplo, Trafny quer questionar se “o juramento de Hipócrates deveria alargar-se a todas as ciências da vida, já que hoje em dia a capacidade de intervir em todas as fases da vida do homem está nas mãos não só dos médicos, mas também dos cientistas, no laboratório".
Robin Smith, da organização norte-americana ‘NeoStem’, afirmou no Vaticano que as terapias que utilizam células estaminais adultas “permitem avançar no conhecimento científico e, ao mesmo tempo, proteger cada estádio da existência" do Ser Humano.
A especialista disse que estas terapias são uma “esperança” para a melhoria ou cura de centenas de milhões de pessoas com cancro, diabetes ou doenças auto-imunes.
O objectivo do congresso é estudar o impacto cultural da investigação com células estaminais adultas e da medicina regenerativa, a médio e longo prazo.
Em Outubro, o Tribunal Europeu de Justiça proibiu que sejam patenteados processos que envolvam a destruição de células estaminais de embriões humanos, em caso de investigações científicas.