Guy Consolmagno é curador da colecção de meteoritos do Observatório do Vaticano e autor de vários livros, escrevendo para algumas publicações, explicando de forma simples e divertida conceitos e descobertas astronómicas.
O jesuíta americano Guy Consolmagno venceu esta terça-feira a medalha Carl Sagan, atribuída pela Divisão de Ciências Planetárias da Sociedade Astronómica Americana.
O prémio é um dos mais prestigiados para cientistas deste ramo e destina-se a premiar a pessoa que mais se destacou para a compreensão pública das ciências planetárias.
Consolmagno nasceu nos Estados Unidos e entrou para os jesuítas em 1989. Em 1991 professou como irmão naquela ordem, mas nunca foi ordenado sacerdote. Quando chegou a Roma a informação de que tinha um doutoramento em astronomia foi chamado para trabalhar no Observatório Astronómico do Vaticano, em Castelgandolfo.
É autor de vários livros e escreve regularmente para algumas publicações, explicando de forma simples e divertida conceitos e descobertas astronómicas.
Embora o comunicado onde é nomeado vencedor da edição deste ano da medalha Carl Sagan o descreva como ocupando “uma posição singular na nossa profissão, como porta-voz credível da honestidade científica no contexto da crença religiosa”, Consolmagno nem quer ouvir falar em conflito entre ciência e religião.
“A ciência começou nas universidades. Quem fundou as universidades? A Igreja. Quem é o pai da geologia? Alberto Magno, que era monge. Quem é o pai da química? Roger Bacon, um monge. Quem desenvolveu a genética? Gregor Mendel, um monge. Quem foi o primeiro a classificar as estrelas pelos seus espectros? Angelo Secchi, um padre jesuíta. Quem desenvolveu a teoria do Big Bang? Georges Lemaitre, um padre belga”, afirmou em entrevista à revista “Appalachian Magazine”, em 2011.
Actualmente Guy Consolmagno é curador da colecção de meteoritos do Observatório do Vaticano, uma instituição muito prestigiada no meio. É o primeiro membro de uma ordem religiosa a receber a Medalha Carl Sagan desde a sua criação, em 1998.