França avança para eutanásia contra parecer de comissão de ética
02 jul, 2013
Caso a lei seja aprovada França junta-se a vários países vizinhos e do centro da Europa que já permitem a eutanásia, incluindo a Holanda, Bélgica, Suíça e Luxemburgo.
Depois de ter conseguido a legalização do casamento entre homossexuais, o Presidente de França anunciou que vai tentar avançar para a introdução da eutanásia.
François Hollande decidiu ignorar o parecer da comissão de ética de França ao abrir esta porta. A comissão informou que uma maioria dos seus 17 membros considera ser “perigoso para a sociedade” autorizar os médicos a ajudar as pessoas com doenças terminais a porem termo à vida.
Mas o Presidente já anunciou que vai promover um “debate nacional” ao longo dos próximos meses e que até ao fim do ano o seu Governo iria propor uma lei que descriminaliza a assistência médica ao suicídio.
Caso a lei seja aprovada França junta-se a vários países vizinhos e do centro da Europa que já permitem a eutanásia, incluindo a Holanda, Bélgica, Suíça e Luxemburgo.
Mas os opositores à lei, incluindo a Igreja Católica, já se manifestaram contra qualquer proposta que legalize esta prática. Muitos dos que se mobilizaram recentemente contra a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo contemplam convocar novas manifestações de rua contra estes planos.
A opinião maioritária da comissão de ética avisa que o argumento de que a eutanásia é introduzida apenas para as vítimas de doenças terminais, mas que a realidade é outra: “Estes países legalizaram a eutanásia para doentes em fase terminal que possam decidir por eles, mas na prática o grupo alvo tem-se alargado e passou a incluir grupos vulneráveis da sociedade”, lê-se no parecer. Os membros da comissão recordam que na Suíça um quinto de todas as vítimas de eutanásia entre os anos de 1990 e 2000 “não sofriam qualquer doença terminal”.