“O médico vai ter que se centrar mais na pessoa e menos na técnica”
29 mai, 2013
A directora do Instituto de Bioética da Universidade Católica do Porto, Ana Sofia Carvalho, apresentou esta quarta-feira em Fátima um parecer pedido pelo Governo sobre o custo dos medicamentos.
O Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV) considera que a actual escassez de recursos vai obrigar a repensar o modo como o médico olha para o doente.
Membro do conselho e também directora do Instituto de Bioética da Universidade Católica do Porto, Ana Sofia Carvalho falou à Renascença esta quarta-feira em Fátima, no encontro nacional da Pastoral da Saúde.
“Actualmente, com esta escassez que se vai notar cada vez mais, os meios complementares de diagnóstico, os exames, as ecografias; o médico vai ter que se centrar mais na pessoa e menos na técnica”, diz Ana Sofia Carvalho.
“Devemos pensar que isto é uma oportunidade de fazermos uma medicina mais humanista, mais virada para o toque, mais virada para o cuidar”, defende.
Para a directora do Instituto de Bioética, a crise obriga ainda a cuidados na prescrição de medicamentos. “Que realmente exista uma opção pelos mais baratos dos melhores e não os melhores dos mais baratos”, argumenta.
“Ou seja”, explica, “que aqueles fármacos que são escolhidos não sejam escolhidos pelo preço, mas porque realmente têm comprovada efectividade e um custo mais competitivo”.
As recomendações de Ana Sofia Carvalho fazem parte do parecer que o CNECV produziu, a pedido do Ministério da Saúde, a propósito do financiamento do custo dos medicamentos.