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Brasil adia para 2016 aplicação do novo acordo ortográfico

28 dez, 2012

O adiamento, defendido por parlamentares e linguistas, está a gerar polémica entre educadores e alunos que já estão a adoptar as novas regras.

O Governo brasileiro adiou a aplicação obrigatória do novo acordo ortográfico em três anos, para 1 de Janeiro de 2016, de acordo com o decreto publicado no "Diário Oficial da União".

Até então, o decreto promulgado em 2008 previa a aplicação obrigatória das novas regras em Janeiro de 2013, já na terça-feira.

A iniciativa do adiamento surgiu após um pedido de parlamentares da Comissão de Educação do Senado, que ouviram, numa audiência pública, as críticas de destacados linguistas brasileiros às novas regras.

Como não havia tempo útil para a aprovação de um projecto parlamentar, a saída foi negociada com o Governo, disse à Lusa o senador Cyro Miranda no início do mês.

Desde Janeiro de 2009, quando começou oficialmente a adesão do Brasil ao acordo, o uso da nova grafia é opcional, e vai continuar a ser até 31 de Dezembro de 2015.

O adiamento, defendido por parlamentares e linguistas, está a gerar polémica entre educadores e alunos que já estão a adoptar as novas regras.

Para os especialistas, como o linguista e professor brasileiro Ernani Pimentel, o adiamento é um primeiro passo para a reforma do Novo Acordo que, na sua opinião, não simplifica suficientemente a língua portuguesa.