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“As pessoas sentem-se confortadas na fé com a nossa música”

10 fev, 2014 • Filipe d'Avillez

Os “Simplus” voltam aos palcos no final do mês de Fevereiro. Em conversa com a Renascença, falam do que significa, para eles, evangelizar pela música.

“As pessoas sentem-se confortadas na fé com a nossa música”
É já no final do mês que Maria Durão e Luís Roquette, que juntos formam os “Simplus”, voltam aos concertos, para promover o seu mais recente álbum “Cada vez mais tu”.

O dueto, fala da influência da música na sua vida e explica de que forma as suas composições podem ser entendidas como forma de evangelização.


Como surgiu o projecto dos Simplus?
[Luís Roquette] Os Simplus surgiram com base num almoço em que eu e a Maria nos conhecemos. Nesse almoço começámos logo a compor, a escrever música, por brincadeira, mas sempre com este pano de fundo da vivência cristã. Começaram a surgir ideias, tema, começou tudo isto a florescer. Isto há uns 12 ou 13 anos.

Pode-se dizer que vocês procuram evangelizar pela música?
[Maria] Pode-se dizer, porque a verdade é que muitas pessoas já vieram ter connosco dizer que se sentem confortadas na fé, ou nas provas que têm na vida, ou que as ajuda na relação com Jesus e com Deus. Acho que isso é evangelizar. Não se pode dizer na medida em que não é uma coisa consciente. Não pensámos fazer um projecto de música para evangelizar. Escrevemos aquilo que vivemos. Como somos católicos, pode ser que isso ajude as pessoas a viver a sua fé.

Até que ponto é que a música teve impacto sobre a vossa espiritualidade? Também foram evangelizados pela música?
[Maria] Lembro-me que a primeira vez que fui a um grupo de jovens, resisti meses e meses, mas da primeira vez que fui cantou-se meia hora e depois falava-se. Nos primeiros tempos só ia porque se cantava, e eu nunca cantava antes. Não era daquelas pessoas que cantava em casa e os pais aplaudiam. Foi uma surpresa para a família e para mim, descobrir que afinal cantava, e começou com a minha entrada na Igreja. Por isso claro que a música também está ligada à espiritualidade.

Fui muito marcada pelo coro de Santo António do Estoril, e as primeiras músicas que saíram tinham muito esta marca.

[Luís] Eu fui muito marcado pelo fado. Estou habituado a ouvir fado desde muito cedo e foi um bocadinho por essa via. No fado há muito este tema subjacente, até nos nomes, há uma certa espiritualidade subjacente na cultura portuguesa.

O coro de Santo António também foi importante, bem como a música clássica. Ouvimos Beethoven, Mozart, Bach, Schubert, todos eles compunham um bocado nesse sentido. Porque não, na música moderna, com influências rock e pop, falar de uma realidade que mudou o mundo e muda as nossas vidas?

Têm feedback dos vossos fãs? Há alguma história de pessoas que se tenham convertido através dos Simplus?
[Maria] Estou a pensar numa pessoa que veio ter comigo e mostrou uma mensagem de um rapaz que tinha tido um desastre e tinha de estar deitado ou fechado em casa durante muito tempo, e dizia que o que o ajudava era rezar o terço e ouvir as nossas músicas.

[Luís] Eu costumo ir à prisão de Tires rezar com as reclusas, juntamente com um grupo grande. E houve uma vez em que se estava a contar histórias e uma rapariga começou a cantar a nossa música, a dizer que a tinha aprendido no Brasil e que era uma das músicas que a fazia sentir fora dali, que a fazia sentir uma certa liberdade, um certo consolo. De repente ela começa a cantar a entrega e cai-me a ficha e percebo que isto está mesmo fora das nossas mãos. É uma história para contar aos netos e aos filhos e que vai ter certamente impacto. É giro ver que isto está do lado das pessoas mais frágeis, a capacidade que a música tem de mover, comover e ajudar pessoas em situações mais frágeis.

Vão ter um concerto em breve…
É no dia 27 de Fevereiro, às 21h no Teatro Gil Vicente, em Cascais. Os bilhetes é tudo online, enviando uma mensagem pelo nosso Facebook. Vamos ter como convidados a Joana Espadinha, o Salvador Seixas, o Francisco Salvação Barreto, a Diana Castro e o Bernardo Romão na guitarra portuguesa.