20 fev, 2013
A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) considera que não deve haver um julgamento apressado sobre a veracidade da denúncia de alegados casos de assédio sexual envolvendo o bispo D. Carlos Azevedo, noticiada pela revista “Visão”.
Em comunicado, os bispos portugueses dizem a D. Carlos Azevedo que pode contar com a sua solicitude pastoral e com a sua “oração fraterna”. “Contrariando as nossas expectativas, vemos que o nome do bispo D. Carlos Azevedo, actualmente em Roma, está envolvido em acusações de comportamentos impróprios, não conformes com a dignidade e a responsabilidade do estado sacerdotal”, começa por dizer o comunicado, lido à Renascença pelo porta-voz da CEP, padre Manuel Morujão.
“Da sua veracidade não podemos nem devemos julgar apressadamente”, continua o comunicado, em que a CEP, que congrega os bispos portugueses, lembra que se espera “um comportamento exemplar” por parte de qualquer membro da Igreja. “Com muito maior razão de quem se comprometeu a viver o celibato sacerdotal”, acrescenta.
D. Carlos Azevedo, que foi sacerdote da diocese do Porto e bispo auxiliar de Lisboa, actualmente está em Roma, onde faz parte Conselho Pontifício da Cultura da Santa Sé.
As suspeitas de assédio sexual sobre membros da Igreja e homossexualidade são noticiadas pela revista "Visão" que vai esta quinta-feira para as bancas, mas já chegou hoje aos assinantes. Em resposta à revista, D. Carlos Azevedo diz desconhecer qualquer processo e garante que a Nunciatura Apostólica nunca falou consigo sobre este assunto.
Contactada pela Renascença, a Nunciatura Apostólica diz que nunca se pronuncia sobre assuntos internos.
De acordo com "Visão" a denúncia foi feita, em 2010, pelo padre José Nuno Ferreira, de 48 anos, coordenador nacional das capelanias hospitalares. Os casos denunciados remontam à década de 80, quando o agora bispo era padre da diocese do Porto.