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D. José Policarpo considera que o Papa teve um "acto corajoso"

11 fev, 2013

Cardeal Patriarca deixa ainda uma mensagem aos católicos. "São chamados a viver este momento com normalidade espiritual, com fé. Devem rezar muito para a próxima etapa, pois nada de especial aconteceu: ele está vivo e vai agora recolher-se".

D. José Policarpo considera que o Papa teve um "acto corajoso"
D. José Policarpo, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e Cardeal Patriarca de Lisboa, revela a sua surpresa com "o acto corajoso" do Papa, que anunciou a resignação por já não ter "forças, devido à idade avançada", para "exercer adequadamente o ministério petrino". "Ele já tinha anunciado, com toda a clareza, que se chegasse o momento de achar que não estava em condições apresentaria a resignação, mas apanhou-nos de surpresa”, afirma D. José Policarpo à Renascença.

"Este foi um acto corajoso, que vai introduzir na Igreja um ritmo novo, mas só o futuro vai dizer qual. Sobre o ponto de vista canónico, esta situação está prevista: como ele é a autoridade máxima, apenas a ele lhe cabe de tomar a decisão", diz o Cardeal à Renascença.

D. José Policarpo faz um "balanço muito positivo" do pontificado de Bento XVI. "O mundo de hoje é complicado e a Igreja teve dentro dela alguns problemas, como o caso dos escândalos sexuais dos sacerdotes ou a ameaça de cisma por causa dos conservadores seguidores do Arcebispo Marcel Lefebvre", refere. 

O Cardeal Patriarca elogia a "lucidez [do Papa], a beleza do seu ministério e a grande capacidade de diálogo nas mais diversas circunstâncias". "E ainda o dinamismo que nos deixa celebrar os 50 anos da abertura do concílio, declarando solenemente a sua actualidade. Penso que é uma boa plataforma de transição, pois deixou a mensagem que a Igreja tem de continuar a acolher o concílio e a colocá-lo em prática."

A partir das 20h00 de 28 de Fevereiro, entra-se no período de "sede vancante", no qual a Igreja passa a ser governada pelo colégio de cardeais, que se reúnem todos os dias, sendo criada uma comissão para o Governo diário da Santa Sé. Depois segue-se o Conclave, que é composto por cardeais com menos de 80 anos.

Aos católicos, o Patriarca deixa uma mensagem. "São chamados a viver este momento com normalidade espiritual, com fé. Devem rezar muito para a próxima etapa, pois nada de especial aconteceu: ele está vivo e vai agora recolher-se".