Líder copta critica violência mas rejeita Constituição
07 fev, 2013
Esta quinta-feira foram condenados dois cristãos que sobreviveram ao massacre de 28 coptas por elementos das forças armadas em Outubro de 2011.
O líder da Igreja Copta, no Egipto, criticou na quarta-feira a violência que tem assolado o país, mas foi também muito duro em relação ao Presidente Mohamed Mursi que tem apelado ao diálogo.
O Papa Tawadros II recordou que durante a preparação da nova Constituição do país os apelos das forças seculares e das minorias religiosas não foram escutadas pela maioria islamita da assembleia constituinte, levando mesmo ao abandono de vários delegados.
“Quando um diálogo termina antes de ter começado e os seus resultados não são implementados, não tomamos parte”, afirmou.
A nova Constituição, insistiu o Papa copta numa homilia na catedral de São Marcos, no Cairo, é “discriminatória”.
Os protestos contra Mursi, o seu regime e a nova Constituição começaram no dia do segundo aniversário do levantamento contra o regime de Mubarak, a 25 de Janeiro, e já causaram 60 mortos e mais de 1000 feridos.
Os cristãos estão particularmente preocupados com o aumento da influência islamita na sociedade e na política egípcia. A discriminação contra os coptas, como são conhecidos os cristãos egípcios, já dura há décadas mas muitos tinham depositado esperança no processo democrático. Em vez disso a situação piorou num primeiro momento, com ataques a igrejas e culminando no massacre de Maspero, quando 28 cristãos foram mortos por militares durante uma manifestação contra a perseguição.
Desde então nenhum oficial do exército foi condenado pelo envolvimento, mas esta quinta-feira foi conhecida a sentença de dois cristãos, acusados de terem roubado uma metralhadora, isto apesar de na altura o Governo ter insistido que os militares presentes não estavam armados.