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Bispos lembram que a “política não é nenhum ringue”

17 set, 2012 • Paula Costa Dias

Bispos portugueses manifestam preocupação pela situação no país e desafiam o Governo, oposição e parceiros sociais a darem prioridade à busca do bem comum e à estabilidade.

Bispos lembram que a “política não é nenhum ringue”
Os bispos portugueses esperam que se evite a "ingovernabilidade". Numa nota pastoral intitulada “Missão da Igreja num País em Crise”, a Conferência Episcopal (CEP) pede uma "renovação cultural", porque em momentos críticos as "crises políticas" podem comprometer as soluções. Sobre as novas medidas de austeridade, o porta-voz Manuel Morujão, lembra que "a Igreja não tem soluções técnicas".
O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) defende que os governantes devem saber ouvir o povo que se manifestou nas ruas. Além disso, destaca o forte apelo à estabilidade política que sai da reunião dos bispos portugueses.

“A estabilidade política e social é fundamental para o país. Não se trata de estar a elogiar um Governo. Trata-se de beneficiar o povo que precisa da estabilidade política e social. A política não é nenhum ringue, em que o meu golpe vence a tua opinião, mas é sim um estreitar da mãos e dos corações para o povo seja mais bem servido”, lembrou o padre Manuel Morujão em conferência de imprensa.

Na nota pastoral “Missão da Igreja num País em Crise”, a CEP assume que em momentos críticos as “crises políticas” podem comprometer as soluções.  O que não significa que os bispos concordem com as recentes medidas de austeridade. “A Igreja não tem soluções técnicas, mas os nossos bispos abrem horizontes, critérios e valores a seguir para que os governantes possam encontrar a melhor solução”.

Sobre as manifestações deste fim-de-semana, o porta-voz dos bispos portugueses disse serem uma forte indicação para quem nos governa: “Contamos que os nossos governantes saibam ler com discernimento essa manifestação da vontade pública: não são um decreto real, mas são uma auscultação da opinião pública e, certamente, com sabedoria os nossos governantes hão-de saber interpretar esse forte sinal”.

Na nota pastoral, os bispos recordam os valores que devem presidir ao exercício da governação: prioridade na busca do bem comum, direito ao trabalho estabilidade política, respeito pela verdade e generosidade na honestidade.