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Judeus e muçulmanos unem-se em defesa de circuncisão na Alemanha

12 jul, 2012

Torna-se mais frequente a solidariedade entre seguidores do Judaísmo e do Islão em defesa de causas comuns face à secularização da Europa.

As comunidades judaica e muçulmana uniram-se para recorrer ao Supremo Tribunal depois de um tribunal regional ter decretado que a circuncisão de menores sem o seu consentimento era ilegal.

O caso envolvia um rapaz de quatro anos que sofreu pequenos danos depois de uma circuncisão mal sucedida. As autoridades foram alertadas mas o médico em questão não foi condenado porque, no entender do tribunal, desconhecia a ilegalidade do seu acto.

A decisão levou imediatamente à reacção forte de representantes da comunidade judaica e da comunidade muçulmana na Alemanha. A circuncisão dos rapazes aos oito dias de vida é um elemento fulcral para a identidade judaica. Os muçulmanos também o consideram importante, embora a data em que se pratica varie de região para região.

Judeus e muçulmanos consideram que os danos corporais são insignificantes face ao grande atropelo à liberdade religiosa que seria a proibição da prática.

A ministra da Justiça, Sabine Leutheusser-Schnarrenberger, evita envolver-se
na polémica, afirmando, entretanto, que ficará a aguardar a decisão do Supremo,
“para que haja clareza jurídica”.

Nos partidos políticos com assento parlamentar, as opiniões são transversais.

A grande maioria dos deputados considera, porém, a circuncisão um tema delicado, que não pode ser apenas abordado na óptica do direito penal.

A nível europeu, o único país que já resolveu esta questão foi a Suécia, legalizando a circuncisão.

Na Finlândia há um debate semelhante ao que surgiu agora na Alemanha, depois de os tribunais também terem condenado a circuncisão.

Em França, país onde as comunidades muçulmana e judaica são muito mais numerosas do que na Alemanha, a circuncisão não é explicitamente autorizada, mas também não é punida por lei, e em Portugal também não é tema controverso.

Este é mais um caso em que judeus e muçulmanos se unem por uma causa comum. Recentemente esteve em causa a defesa da matança ritual de animais segundo as leis religiosas de cada um, que esteve quase a ser proibida na Holanda.