Medida do presidente americano é oportunidade para um raro consenso entre a Igreja e a Administração Democrata, em conflito por causa da questão da liberdade religiosa.
Os bispos americanos saudaram a medida de Barack Obama que impede a deportação de imigrantes ilegais que tenham vivido no país desde crianças.
A medida defere a deportação por um período de dois anos e oferece aos jovens licenças de trabalho, dando-lhes a oportunidade de regularizarem a sua situação.
“Esta acção importante protege um grupo de imigrantes vulneráveis de serem retirados do país e perderem as autorizações de trabalho. Eles merecem permanecer no nosso país para poder contribuir para as comunidades com os seus talentos”, afirmam os bispos, em comunicado.
“Trata-se de jovens inteligentes, energéticos e ansiosos para continuar as suas educações para poder alcançar o seu verdadeiro potencial”, afirmou ainda o Arcebispo de Los Angeles, Jose Gomez, presidente da comissão da Conferência Episcopal dos EUA para a imigração.
Os bispos pedem agora que o congresso aprove medidas complementares que ajudem a melhorar a situação dos imigrantes ilegais, em vez de os perseguir e expulsar do país.
O gesto de apoio dos bispos vem numa altura em que as relações entre a Igreja Católica e a administração de Obama está extremamente tensa. Os Bispos contestam uma medida do Presidente que obriga instituições católicas, como hospitais e universidades, a fornecer seguros aos seus funcionários que incluam cobertura de contraceptivos e serviços abortivos.
A Igreja, juntamente com muitos políticos e líderes de outras confissões, alega que se trata de um atropelo à liberdade religiosa e promete uma quinzena pela liberdade, a começar amanhã e a terminar no dia 4 de Julho, data da independência dos EUA.