Bispo de Cabinda desafia Governo a criar observatório de pobreza
09 mai, 2012 • Domingos Pinto
Já em relação às limitações impostas pela lei da imprensa à Rádio Ecclesia, que apenas pode emitir para Luanda, D. Filomeno Vieira Dias, que preside à Comissão Episcopal das Comunicações Sociais de Angola, dá a entender que há um problema de vontade política.
As assimetrias sociais trazem "instabilidade e mais miséria", considera bispo de Cabinda, que quer mais respostas para o problema da pobreza e, por isso, deixa um apelo ao Governo angolano.
“Temos de criar um observatório da pobreza em Angola, para que se possa de facto fazer uma monitorização das políticas do combate à pobreza, dos resultados dessas políticas e do impacto dessas políticas na vida dos cidadãos. As assimetrias são geradoras de instabilidade social”, alerta D. Filomeno.
Ainda sobre a pobreza, o bispo de Cabinda põe o dedo na ferida, dizendo que é preciso que haja mais equidade e solidariedade na distribuição da riqueza.
“Exorto a quem tem responsabilidade da gestão dos bens públicos a fazê-lo com a maior equidade, responsabilidade e sentido do bem comum. Por outro lado, apelo ao sentido de solidariedade de quem mais tem em relação aos mais necessitados”, afirma.
D. Filomeno manifesta a esperança de que as próximas eleições gerais, a realizar ainda este ano, sejam transparentes.
Já em relação às limitações impostas pela lei da imprensa à Rádio Ecclesia, que apenas pode emitir para Luanda, o bispo de Cabinda, que preside à Comissão Episcopal das Comunicações Sociais de Angola, dá a entender que há um problema de vontade política.
“Não somos parlamento, não somos nós que fazemos as leis. Em todas as decisões jurídicas há vário factores e o factor político não está posto de lado, evidentemente, mas não ficamos parados, vamos prosseguindo e percorrendo novos caminhos”, assegura.
A diocese de Cabinda vai, entretanto, preparando o seu primeiro congresso eucarístico, que se realiza de 16 a 24 de Junho.