AIS denuncia perseguição de Al-Qaeda a cristãos na Síria
29 mar, 2012
A pressão contra a minoria cristã, “que se tem vindo a acentuar principalmente nas últimas seis semanas”, poderá ter precipitado a fuga de mais de 50 mil pessoas.
Dezenas de milhares de cristãos estão a ser forçados a abandonar as suas casas, na Síria, devido à acção de “militantes islâmicos com ligações à Al-Qaeda”, enuncia, em comunicado, a AIS - Fundação Ajuda a Igreja que Sofre.
A organização católica alude à existência de uma “campanha de limpeza étnica” praticada contra comunidades espalhadas pela cidade de Homs e noutras localidades do país.
A pressão contra a minoria cristã, “que se tem vindo a acentuar principalmente nas últimas seis semanas”, poderá ter precipitado a fuga de mais de 50 mil pessoas.
Só nos últimos dias, a AIS forneceu uma “ajuda de emergência” às populações mais carenciadas, “com alimentos e abrigos no valor de 80 mil euros”.
Em declarações reproduzidas pelo site da Fundação, o bispo caldeu (rito oriental da Igreja Católica) de Aleppo, a maior cidade da Síria, localizada perto da capital do país, Damasco, dá conta do clima de “medo e intimidação” que tomou conta dos cristãos. De acordo com o bispo Antoine Audo, “as pessoas não sabem qual vai ser o seu futuro” e “são muitos os que temem ter perdido todos os seus haveres, especialmente as suas casas”, às mãos dos grupos extremistas.
No meio de um clima de “violência gratuita”, o prelado caldeu “teme, acima de tudo, que se venha a repetir na Síria o que ocorreu no vizinho Iraque, em que a população cristã diminuiu drasticamente de mais de 1,4 milhões nos anos 80 para apenas cerca de 300 mil nos dias de hoje”, salienta a AIS.
A instabilidade que afecta actualmente o país de maioria muçulmana teve início em Janeiro de 2011, com a contestação aberta ao governo do presidente Bashar-al-Assad. As Nações Unidas estimam que o conflito entre as forças da oposição e do regime já provocou a morte a cerca de nove mil pessoas.