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NATO diz que queima do Alcorão foi “completamente acidental”

22 fev, 2012

General responsável no Afeganistão ordenou formação específica para todos os funcionários da NATO nos próximos dez dias.

NATO diz que queima do Alcorão foi “completamente acidental”
A NATO pediu desculpas publicamente por um incidente no qual foram incendiados vários exemplares do Alcorão, no Afeganistão.

O caso provocou grandes protestos que decorreram durante o dia de hoje, em consequência dos quais a embaixada americana foi encerrada e todos os funcionários foram ordenados a manter-se dentro de portas e em segurança.

Segundo os representantes da NATO tudo não passou de um lamentável acidente. Os exemplares do livro sagrado do Islão pertenciam à biblioteca de um centro de detenções, onde estão vários talibans e os soldados terão descoberto que os livros estavam a ser usados para passar comunicações entre eles.

Segundo o jornal "New York Times" os livros, incluindo os exemplares do Alcorão, foram levados para um aterro onde iam ser incinerados. Funcionários afegãos aperceberam-se do que se estava a passar quando dois dos sacos já estavam a arder e obrigaram os dois ocidentais, que não se sabe se eram militares ou civis, a parar imediatamente com a operação.

Quando a palavra se espalhou começaram imediatamente os protestos.

Mal tomou conhecimento do incidente o general John R. Allen, responsável máximo pelas forças da NATO naquele país, emitiu um pedido público de desculpas, afirmando que a queima tinha sido absolutamente acidental e deu ordens para que todos os militares e outros funcionários da NATO fazem formação específica sobre como lidar com objectos religiosos dentro dos próximos dez dias.

“Quando soubemos desta acção interviemos imediatamente para lhe pôr fim. Os materiais recuperados serão tratados pelas autoridades religiosas próprias. Estamos a investigar rigorosamente o incidente e garanto-vos, prometo, que não foi de forma alguma intencional”, enfatiza o comunicado de Allen.

Contudo, dez anos depois da invasão do Afeganistão, esta é longe de ser a primeira vez que acontece um problema desta natureza. Já houve casos em que se acusaram militares de rasgar exemplares do Alcorão, ou até de os usar para fazer tiro ao alvo. O incidente mais recente foi a divulgação de imagens de soldados norte-americanos a urinar para cima de cadáveres de rebeldes islamistas.