Críticos das leis sobre literatura extremista na Rússia queixam-se da influência da Igreja Ortodoxa Russa na matéria.
Um tribunal na Sibéria declarou, na passada Quarta-feira, que o livro Bhagavad Gita, sagrado para os hindus, não é um exemplo de literatura extremista, e por isso não deve ser banido.
O caso tinha já provocado a fúria dos indianos, com deputados a forçar a interrupção dos trabalhos no parlamento, exigindo que o Governo protestasse o julgamento. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Índia considerou o caso “absurdo” e deu a conhecer a sua preocupação ao Kremlin.
Em reposta as autoridades russas explicaram que não era o livro em si que estava a ser analisado, mas sim uma versão utilizada pela seita Hare Krishna, com um prefácio escrito pelo fundador A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada em 1968.
Em todo o caso, o tribunal considerou que o texto não merecia ser colocado na mesma lista que o Mein Kampf, as obras de L. Ron Hubbard, fundador da Igreja da Cientologia, e textos dos Testemunhas de Jeová, a posse dos quais constitui crime.
Críticos das leis sobre literatura extremista na Rússia queixam-se da influência da Igreja Ortodoxa daquele país, que alegadamente pressiona as autoridades a perseguirem religiões ou seitas que constituam uma ameaça à sua hegemonia.