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Primavera Árabe

Cristãos e judeus confiam na democracia tunisina

09 nov, 2011

Arcebispo de Tunis afirma que o país será uma verdadeira democracia árabe, com tons islâmicos.

As minorias religiosas da Tunísia afirmam que estão dispostos a dar uma oportunidade ao sistema democrático do país, mesmo depois de um partido islamista ter conseguido a maioria nas recentes eleições.

Há cerca de 30 mil cristãos e apenas dois mil judeus neste país de 10.5 milhões de habitantes. Durante a ditadura a Tunísia era um exemplo de secularismo e as minorias religiosas não tinham quaisquer queixas de perseguição. Contudo, após a queda do regime houve alguns ataques que deixaram as populações preocupadas.

Uma sinagoga foi incendiada e um padre católico de origem polaca foi assassinado em Fevereiro de 2011. Mas a resposta da sociedade foi imediata com grandes manifestações a condenar o terrorismo e a defender o convívio social.

Durante as eleições de Outubro a Ennahda, o partido islamista que conquistou o poder, fez questão de dizer que não iria implementar leis contra as minorias religiosas nem abolir práticas a que a sociedade se habituou, como o álcool ou a utilização de bikinis nas praias.

Em declarações à Reuters, o Arcebispo católico de Tunis considera que há razões de confiança no novo sistema: “O espírito democrático está presente. Isto não é o Irão, o Paquistão ou a Arábia Saudita, mas também não é a Suíça ou a Suécia. Esta será uma verdadeira democracia árabe, com tons islâmicos”.

Também a comunidade judaica parece segura. Em Abril, ainda no auge do período de transição, Israel anunciou um pacote financeiro para ajudar os judeus a emigrar para Israel, mas apenas uma mão cheia de pessoas aceitou a oferta.

A Tunísia foi o primeiro país a ser atingido pela Primavera Árabe e o primeiro no qual se realizaram eleições.