D. Nuno Brás
"Governo não pode passar sem o apoio da Igreja"
17 out, 2011 • Domingos Pinto
Futuro bispo confia no ministro das Finanças e espera que as decisões de Vítor Gaspar sejam guiadas pelo bem comum.
O cónego Nuno Brás, que a partir de 20 de Novembro será consagrado bispo auxiliar de Lisboa, considera que o Governo não pode passar sem as instituições da Igreja. Numa entrevista concedida ao programa da Renascença “Princípio e Fim”, o actual reitor do Seminário dos Olivais, em Lisboa, considera que o executivo de Pedro Passos Coelho tem dado sinais de uma "maior vontade de colaboração com a Igreja", mas diz que ainda será cedo para fazer um juízo definitivo.
D. Nuno Brás, que a partir do próximo dia 20 de Novembro será consagrado bispo auxiliar de Lisboa, considera que o Governo não pode passar sem as instituições da Igreja.
Na opinião do futuro bispo, o executivo de Pedro Passos Coelho tem dado sinais de uma maior vontade de colaboração com a Igreja, mas ainda será cedo para fazer um juízo definitivo.
“Os indicadores que há parecem ir no caminho de uma maior segurança e vontade de colaboração com as instituições da Igreja, nesse sentido é de saudar esta vontade, agora vejamos, o Governo tomou posse há pouco tempo, dispõe de pouco dinheiro… esperemos. Agora, as instituições da Igreja são socialmente importantes. Não há qualquer Governo, que tenha o bem comum minimamente presente que possa passar sem o seu apoio”, considera D. Nuno Brás.
Numa entrevista concedida ao programa de notícias religiosas da Renascença “Princípio e Fim”, que pode ouvir aqui na íntegra, o actual reitor do Seminário dos Olivais, em Lisboa, considera que o país está agora a pagar a factura por ter vivido durante vários anos acima das suas possibilidades e mostra-se disposto a dar o benefício da dúvida ao ministro das Finanças.
“O ministro das finanças é um técnico, por aquilo que tenho ouvido dizer é um bom técnico e descanso nele, esperando que as opções que toma sejam opções guiadas pelo bem comum e que sejam opções que tenham em conta que existem secções da sociedade portuguesa que são sectores já de si muito fragilizados. O problema grave é termos vivido largos anos acima das nossas possibilidades, portanto agora temos de pagar o que devemos, mas não há-de ser isso que nos há-de desanimar e fazer deixar de olhar o futuro com esperança”, afirma.
D. Nuno Brás, como será conhecido formalmente após o dia 20 de Novembro, tornar-se-á o terceiro bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa, uma cidade que conhece bem e que tem áreas de grande pobreza: “A cidade de Lisboa tem uma zona antiga muito pobre, toda a zona da baixa é uma zona com muitos problemas de pessoas que vivem isoladas. A cidade de Lisboa tem tudo, desde as pessoas sem casa que dormem em cima dos respiradouros do Metro até ao rico mais rico, não necessariamente por ter dinheiro, mas que tem uma vida sem problemas e uma vida mais feliz. Tem este leque todo muito grande”, conclui.