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Há uma idade certa para partir em missão?

26 jul, 2015 • Ângela Roque

É no Verão que o voluntariado missionário mobiliza mais portugueses, e muitos são estudantes. Mas, partir em missão não é só para jovens.

No programa “Princípio e Fim” da Renascença deste domingo, falámos de um novo projecto criado pelo movimento de Shoenstatt a pensar em quem tem mais de 40 anos. E ouvimos o testemunho de quem descobriu a vontade e o gosto pelo voluntariado já na idade da reforma, e já foi cinco vezes a Moçambique.

O movimento de Shoenstatt está a desafiar para missões de voluntariado internacional quem tem mais de 40 anos, vontade de ajudar quem precisa e de anunciar a fé católica. A “Missão +40” está a dar os primeiros passos e já tem à volta de 30 inscrições para a primeira deslocação que será em Janeiro, às Filipinas.

Guiné-Bissau, Moçambique e Cabo Verde serão outros destinos para estas missões, que serão sempre de curta duração (para não prejudicar a vida familiar e profissional dos voluntários), terão preparação prévia e serão divididas ao longo do ano, a partir de 2016.  Sendo Shoenstatt um movimento de espiritualidade mariana, um dos objectivos é “levar Maria” onde forem.

Vera Lopes e Rossana Silva são as gestoras deste projecto e falam desta iniciativa que quer mostrar que não há limites de idade para partir em missão, e que a experiência de vida de quem é mais velho é sempre uma mais valia. Os interessados podem entrar em contacto através do e-mail missaomais40@gmail.com.

Descobrir a missão aos 60
Em destaque no programa deste “Dia dos Avós” esteve o testemunho de quem  sempre sonhou partir em missão, mas só conseguiu fazê-lo já reformada.

Maria de Jesus Monteiro tem 68 anos e desde 2007 já esteve cinco vezes em Moçambique. Admite partir de novo, embora a chegada, em breve, do primeiro neto a faça agora pensar duas vezes.

Antiga professora de Português e Francês, está a começar a escrever um livro sobre a missão Mater Dei, em Nampula, onde foi voluntária. Diz que quer contar a história destas religiosas contemplativas que são o suporte de muitos meninos órfãos e da população mais carenciada.

Maria de Jesus conta à Renascença como o voluntariado começou a fazer sentido na sua vida e como a ajudou a reaproximar-se de Deus.

“A avó veio trabalhar”
Apostar no empreendedorismo sénior e recuperar a tradição dos lavores é o objectivo do projecto “A avó veio Trabalhar”, criado pela Associação Fermenta.

Este “laboratório criativo”, que nasceu no final do ano passado, em Lisboa, junta artistas com idades entre os 68 e os 99 anos.

Festival J
No programa desta semana antecipámos, ainda, o arranque do Festival Jota, que pela primeira vez vai decorrer a sul, na Diocese do Algarve, de 31 de Julho a 2 de Agosto. Os italianos “The Sun” são este ano os “cabeça de cartaz”. Para além de tocarem neste festival de música de inspiração cristã vão também apresentar o livro “A Estrada do Sol”, do vocalista Francesco Lorenzi, e que conta a história de conversão da banda. O livro tem prefácio do cardeal Gianfranco Ravasi, e foi traduzido para português pela Paulinas Editora.

A partir do próximo domingo, e até 6 de Setembro, o programa “Princípio e Fim” vai ter uma edição “Especial Férias”, recuperando muitas das entrevistas e reportagens com que ao longo do ano fomos assinalando a actualidade religiosa.