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EUA. Controvérsia entre Vaticano e milhares de freiras chega ao fim

17 abr, 2015 • Aura Miguel

Conferência de Líderes das Mulheres Religiosas assumiu posições polémicas dentro da Igreja. Longo "processo de acompanhamento" por parte do Vaticano chega ao fim.

A controvérsia entre a Santa Sé e milhares de freiras dos Estados Unidos terminou na quinta-feira com a assinatura de um documento conjunto entre a Congregação para a Doutrina da Fé (CDF) e a Conferência de Líderes das Mulheres Religiosas (LCWR), que representa cerca de 57 mil freiras, ou seja, 80% das religiosas norte-americanas.

Após três anos de apertado controlo e acompanhamento por parte de uma comissão do Vaticano, devido a tomadas de posição controversas face à doutrina da Igreja, as divergências terminam agora, a poucos meses da próxima visita de Francisco aos EUA.

Durante o pontificado de Bento XVI, a CDF tinha apontado "sérios problemas doutrinais" e "inaceitáveis tomadas de posição sobre feminismo radical" por parte das religiosas da LCWR, enquanto estas acusavam o Vaticano de exercer "bullying" sobre elas e sobre quem as apoiava.

Este longo "processo de acompanhamento" por parte do Vaticano chega agora ao fim, uma vez que "a LCWR aceitou fomentar junto dos seus membros uma visão da vida religiosa centrada na Pessoa de Cristo e enraizada na tradição das Igreja", lê-se no acordo conjunto assinado na quinta-feira.

Francisco, que deixou correr o processo nos dois primeiros anos do seu pontificado, aceitou agora receber uma delegação destas religiosas. O encontro durou meia hora, mas fica por saber qual o papel efectivo do próprio Papa neste processo. Observadores consideram, no entanto, que a anterior experiência de Bergoglio como superior de religiosos jesuítas na Argentina terá ajudado muito.

Um comunicado das religiosas da LCWR, publicado no final do encontro, afirma: "O que temos em comum (com o Papa e a Santa Sé) é maior do que qualquer diferença entre nós".