08 abr, 2015 • Henrique Cunha
Maradiaga defendeu que fazem falta mais políticos a dedicar a vida aos pobres, sublinhando que "a politica, tão denegrida, é uma sublime vocação".
Neste ponto, o presidente da Cáritas Internacional remeteu para palavras do Papa: a política "busca o bem comum e rezo a Deus para que nos conceda mais políticos que levem verdadeiramente a peito a sociedade, as pessoas, a vida dos pobres".
Presente no encontro de Fafe, esteve o arcebispo primaz de Braga, D. Jorge Ortiga, que garantiu que em Portugal não haverá silêncio enquanto houver pessoas sem condições básicas para sobreviver.
Reforma da Cúria: o pior já passou
Maradiaga falou também sobre a reforma da Cúria Romana. O conselheiro do Papa sustenta que se está a tentar reduzir burocracias e que, após alguma resistência inicial, a situação está agora mais calma, porque é natural haver resistências. O pior, contudo, já passou: "Todas as reformas enfrentam resistências. Mas creio que muitas coisas vêm da falta de conhecimentos. Depois das explicações dadas no consistório do mês de Fevereiro, em que participaram todos os cardeais que puderam viajar para Roma, creio que as coisas estão melhor".
O cardeal diz ser gratificante e um motivo de alegria poder trabalhar com Francisco e que este não é o tipo de pessoa que busca protagonismo. Na sua opinião a popularidade do Papa decorre da sua forma de agir.
O presidente da Cáritas Internacional foi um dos convidados do encontro internacional "Terra Justa". O presidente da Câmara de Fafe, Raul Cunha, diz que o objectivo do encontro é demonstrar o sentimento de justiça do concelho, em contraponto com o conceito de justiça popular.
Este encontro que se prolonga até sábado deve contar com a presença do ex-Presidente Mário Soares. Está também prevista a participação de Maria Barroso e de Sampaio da Nóvoa, ex-reitor da Universidade de Lisboa e apontado como putativo candidato presidencial.