Do Iémen à Ucrânia, Papa pede a paz de Cristo para os conflitos do mundo
05 abr, 2015 • Filipe d’Avillez
Na sua mensagem Urbi et Orbi, Francisco pediu que os acordos de Lausanne, sobre o programa nuclear do Irão, seja “um passo definitivo para um mundo mais seguro e fraterno”.
Na sua mensagem Urbi et Orbi, proferida este domingo da varanda central da Basílica de São Pedro, em Roma, Francisco deixou um apelo à intervenção da comunidade internacional face às muitas tragédias humanas que se fazem sentir por todo o mundo. O Papa recordou zonas de guerra, as vítimas de escravidão e de tráfico de droga e ainda o flagelo do tráfico de armas.
O Papa Francisco recordou de forma especial todas as zonas de conflito no mundo e pediu para elas a paz, neste domingo de Páscoa.
Na sua mensagem Urbi et Orbi – para a cidade e para o mundo – Francisco começou por sublinhar que a Páscoa representa o verdadeiro caminho para a felicidade.
“Com a sua morte e ressurreição, Jesus indica a todos o caminho da vida e da felicidade: este caminho é a humildade, que inclui a humilhação. Esta é a estrada que leva à glória. Somente quem se humilha pode caminhar para as ‘coisas do alto’, para Deus. O orgulhoso olha ‘de cima para baixo’, o humilde olha ‘de baixo para cima’”.
Mas mais de metade da mensagem do Papa foi dedicada a enumerar as várias zonas do mundo que se encontram em guerra ou em conflito, pedindo para elas a paz.
Começando pelos cristãos que são “perseguidos por causa do seu nome”, Francisco pediu a Jesus alivie os sofrimentos de “de todos aqueles que sofrem injustamente as consequências dos conflitos e das violências em curso”.
O Papa referiu de seguida a Síria e o Iraque, pedindo o fim da violência e que “se restabeleça a boa convivência entre os diferentes grupos que compõem estes amados países”.
Seguiram-se a Terra Santa, com Francisco a pedir que “possa crescer entre israelitas e palestinianos a cultura do encontro e se retome o processo de paz a fim de pôr termo a tantos anos de sofrimentos e divisões”.
O fim do “absurdo derramamento de sangue” na Líbia e no Iémen foram também pedidos pelo Papa que expressou ainda a esperança de que o acordo de Lausanne, sobre o programa nuclear do Irão, seja “um passo definitivo para um mundo mais seguro e fraterno”.
Do continente africano foram mencionados especificamente o Sudão do Sul, o Sudão e a República Democrática do Congo, bem como a Nigéria e as recentes vítimas de terrorismo no Quénia.
A ronda de países recordados de forma particular pelo Papa terminou na Ucrânia: “Possa o país reencontrar paz e esperança, graças ao empenho de todos as partes interessadas.”
Mas a mensagem do Papa não terminou sem antes referir os homens e mulheres vítimas de “formas novas e antigas de escravidão por parte de indivíduos e organizações criminosas”, as “vítimas dos traficantes de droga” e “este mundo sujeito aos traficantes de armas”.
Francisco terminou o seu discurso com um apelo: “Aos marginalizados, aos encarcerados, aos pobres e aos migrantes que tantas vezes são rejeitados, maltratados e descartados; aos doentes e atribulados; às crianças, especialmente as vítimas de violência; a quantos estão hoje de luto; a todos os homens e mulheres de boa vontade chegue a voz consoladora do Senhor Jesus: A paz esteja convosco! Não temais! Ressuscitei e estou convosco para sempre!”
Antes da leitura da mensagem Urbi et Orbi, o Papa já tinha celebrado missa pascal na Praça de São Pedro, diante de uma pequena multidão que compareceu apesar da chuva que se fazia sentir em Roma.