O autodenominado Estado Islâmico terá sequestrado perto de cem cristãos de aldeias do Nordeste da Síria. A informação está a ser avançada à agência Reuters pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos.
O director deste organismo, com sede no Reino Unido, revelou que os sequestros ocorreram depois de os terroristas terem atacado duas localidades cristãs sob o controlo de forças curdas na província de Hassakeh.
Esta informação também já confirmada pela organização
Demand for Action, que faz campanha a favor dos
assírios, o grupo étnico a que pertence a esmagadora maioria dos cristãos que vivem na Síria e no Iraque.
"O Estado Islâmico atacou aldeias sírias, por volta das 5h00, e levaram à fuga de três mil pessoas", disse o fundador da organização, Nuri Kino. "Isso foi-nos confirmado por diferentes fontes: refugiados e combatentes que entraram em contacto com parentes na Suécia, Alemanha e Canadá."
Segundo este responsável, entre 70 a 90 pessoas, a maioria mulheres e crianças, foram sequestradas e os homens foram levados para o monte Abd al-Aziz.
Na segunda-feira, os relatos iniciais da Demand for Action, noticiados pela
Renascença, davam conta do sequestro de cerca de 200 homens – número que é agora revisto em baixa pela mesma organização.
Segundo a informação disponível na segunda-feira, o grupo estaria a exigir a libertação de militantes seus nas mãos das forças armadas curdas, o principal grupo na área que continua a resistir aos avanços dos terroristas.
O Estado Islâmico tem perseguido os cristãos em todo o território que ocupa. Recentemente 21 cristãos coptas, oriundos do Egipto,
foram decapitados pelo grupo depois de terem sido raptados na Líbia.
A Demand for Action está sedeada na Suécia, onde existe uma grande comunidade de assírios. Tem uma rede de apoio que se estende por toda a diáspora assíria e possui uma rede de contactos no terreno, composto em parte por conhecidos e familiares que continuam no Iraque e na Síria.
[Notícia actualizada 11h22 de 24-02-2015]