Jovem muçulmano condenado à morte por apostasia na Mauritânia
25 dez, 2014
Mohamed Cheikh Ould Mohamed, com cerca de 30 anos, desmaiou quando a sentença foi lida no tribunal.
Um jovem muçulmano da Mauritânia julgado foi condenado à morte na quarta-feira depois de um tribunal ter decidido que ele tinha escrito algo blasfemo.
Mohamed Cheikh Ould Mohamed, com cerca de 30 anos, desmaiou quando a sentença foi lida no tribunal criminal de Nouadhibou, tendo sido reanimado e conduzido à prisão, revelou fonte judicial sob anonimato.
Mohamed está detido desde 2 de Janeiro e declarou-se inocente na abertura do julgamento na terça-feira.
A Mauritânia tem a pena de morte, mas não realizou nenhuma execução desde 1987, de acordo com a organização de direitos humanos Amnistia Internacional.
Durante a audiência, o juiz disse que Mohamed foi acusado de apostasia (que significa o abandono e a negação da fé) "por falar de ânimo leve do profeta Maomé" num artigo que foi publicado temporariamente em sites da Mauritânia. Nesse texto, o indivíduo terá desafiado algumas das acções do profeta.
Mohamed afirmou que "não era sua intenção atacar o profeta, mas defender uma camada da população mal tratada e abusada".
O advogado de defesa pediu clemência e disse que o seu cliente estava arrependido, mas o juiz concordou com o pedido de pena de morte do Ministério Público.
A sharia (lei islâmica) está em vigor na Mauritânia, mas a aplicação de punições rigorosas - como flagelações - tem sido rara desde os anos 1980.