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Nem os jardineiros escapam às duras palavras do Papa

22 dez, 2014 • Aura Miguel

Francisco aconselha os trabalhadores da Santa Sé a “morder a língua a tempo para não dizerem palavras injuriosas, que deixam um amargo de boca”, sobretudo na época do Natal.

Depois dos cardeais e bispos, foi a vez dos jardineiros, empregados de limpeza, porteiros, escriturários e tantos outros trabalhadores que garantem o dia-a-dia do Vaticano.  Também para eles, Francisco escolheu palavras exigentes, no discurso que lhes dirigiu esta segunda-feira.

"Cuidem da maneira como falam, purifiquem a língua de palavras ofensivas, da vulgaridade e frases mundanas"; "perdoem às pessoas que vos ofenderam"; "não tenham inveja, concupiscência, ódio ou sentimentos negativos que devoram a paz interior"; afastem todo o "rancor que leva à vingança, a preguiça que leva à eutanásia existencial, não apontem o dedo porque isso leva à soberba, nem se lamentem, porque leva ao desespero".

"Falar mal dos outros pode ser uma defesa", diz Francisco, mas esse caminho "nunca acaba bem".

Por isso, o melhor mesmo, aconselha, é "morder a língua a tempo para não dizer palavras injuriosas que deixam um amargo de boca".

Entre vários outros conselhos, o Papa pede aos funcionários do Vaticano que o Natal "não seja uma festa do consumismo comercial, da aparência, dos presentes inúteis, nem de desperdícios supérfluos".

As palavras duras do Papa surgem no mesmo dia em que discursou perante os membros da Cúria romana, com quem também utilizou uma linguagem exigente.