Pelo menos 130 pessoas morreram, entre as quais mais de 100 crianças, e 122 ficaram feridas depois de oito horas de um ataque à Escola Pública do Exército de Peshawar, no Paquistão, levado a cabo por nove talibãs armados.
Depois de explosões e de várias trocas de tiros entre os sequestradores, membros do movimento talibã Tehreek-e-Taliban Pakistan, e os militares, os nove atacantes foram abatidos pelas autoridades paquistanesas.
Estavam a decorrer exames pelo que havia pelo menos 500 estudantes na escola no início do ataque, disse um estudante a um canal de televisão local. "Quando os disparos começaram os nossos professores disseram-nos para ficarmos deitados no chão. Ficámos deitados durante uma hora".
"Os nossos bombistas suicidas entraram na escola e têm instruções para não magoar crianças, têm como alvo os elementos do exército", disse à agência Reuters o porta-voz do movimento talibã Tehreek-e-Taliban Pakistan, que já reivindicou o ataque.
"Os nossos alvos são escolas porque os militares atacam as nossas famílias. Queremos que eles sintam a nossa dor".
"Trata-se de uma vingança pelas ofensiva do exército no Waziristão do Norte", declarou Muhammad Umar Khorasani, referindo-se a uma operação militar anti talibã que começou em Junho.
O ataque está a chocar os paquistaneses que, apesar de estarem habituados a ataques terroristas quase todos os dias, já não presenciavam uma ofensiva tão fatal há vários anos.
O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, disse que o país vivia uma "tragédia nacional"” e anunciou três dias de luto no país.
Também o primeiro-ministro da Índia, o país rival de há muitos anos do Paquistão, deixou uma palavra de alento às vítimas deste "acto insensível de uma brutalidade indescritível que reclamou vidas dos seres humanos mais inocentes – crianças na sua escola".
Em Setembro, as autoridades paquistanesas anunciaram a detenção de dez combatentes deste grupo, acusados de terem atacado
Malala Yousafzai, distinguida este ano com o Prémio Nobel da Paz. A jovem de 17 anos mostrou-se
desolada pelo acontecimento e condenou o "acto sem sentido e a sangue-frio" dos talibãs.
Do outro lado do Pacífico, John Kerry, secretário de Estado dos Estados Unidos da América disse que "este acto de terror"” enraivece e abala o mundo e, como tal, os responsáveis têm que ser levados à justiça.
[Notícia actualizada às 15h08]