Identificado sequestrador de Sidney. É um refugiado iraniano
15 dez, 2014
Um homem armado fez perto de 30 pessoas reféns num café, próximo da emblemática Opera House australiana. Cinco pessoas conseguiram fugir.
O sequestrador de Sidney já foi identificado. Man Haron Monis, de 49 anos, é um refugiado iraniano condenado por agressão sexual e conhecido por enviar cartas de ódio a familiares de soldados australianos mortos no exterior.
O sequestrador de Sidney já foi identificado. Man Haron Monis, de 49 anos, é um refugiado iraniano condenado por agressão sexual e conhecido por enviar cartas de ódio a familiares de soldados australianos mortos no exterior.
O autoproclamado xeique nasceu Manteghi Bourjerdi no Irão e era xiita, mas converteu-se ao Islão Sunita e adoptou posições radicais.
Segundo informação dada pelo próprio no seu "site" e na sua página do Facebook, procurou refúgio na Austrália em 1996 depois de ter sido perseguido no Irão, por ter adoptado uma interpretação do Islão demasiado liberal.
Man Haron Monis possui um longo registo nas autoridades australianas. Tornou-se conhecido por enviar cartas ofensivas a familiares de soldados australianos mortos em missões no estrangeiro, algo que justifica com o facto de as forças ocidentais serem responsáveis por crimes de guerra contra comunidades muçulmanas.
Ainda em 2014, Haron, que operava um consultório de "cura espiritual" e alegava ser especializado em astrologia, numerologia, meditação e magia negra, foi acusado de ter agredido sexualmente uma cliente que procurou os seus serviços.
Antes, já tinha sido acusado de ter assassinado a sua ex-mulher num processo que ainda decorre.
O antigo advogado do iraniano descreveu-o como sendo um "solitário".
Negociações continuam
Ao início da manhã, 9h44 hora local (22h44 em Portugal), um homem armado fez perto de 30 pessoas reféns no Lindt Chocolate Café, próximo da emblemática Opera House, que juntamente com outros edifícios da zona, foi evacuado. Cinco pessoas conseguiram escapar e as negociações continuam.
A polícia confirmou tratar-se apenas de um homem armado, com motivações políticas, e que na janela do estabelecimento comercial foi colocada, por um refém, uma bandeira preta com uma inscrição: "Não existe outro Deus senão Alá, e Maomé é o seu profeta".
O sequestrador exigiu uma bandeira do Estado Islâmico e um telemóvel para falar com o primeiro-ministro australiano.
Toda a zona foi evacuada e vedada pela polícia, enquanto os edifícios mais próximos receberam ordens para encerrarem portas.
O grão-mufti da Austrália, Ibrahim Abu Mohamed, e os principais líderes islâmicos do país condenaram este "inequívoco acto criminoso" e manifestaram a sua solidariedade e apoio para com as vítimas.
A Austrália elevou, em Setembro último, o nível de alerta terrorista de "médio" para "alto" pela primeira vez em dez anos.