19 nov, 2014
Dez anos depois da assinatura da Concordata de 2004, ainda há aspectos fundamentais para cumprir no que se refere à liberdade de ensino, alerta o antigo reitor da Universidade Católica Manuel Braga da Cruz.
“Gostaríamos bem de ver eliminadas todas as formas de discriminação que ainda afectam as escolas católicas e também a Universidade Católica”, declarou Braga da Cruz, esta terça-feira, no encerramento de um colóquio organizado pela Sociedade Científica da Universidade Católica Portuguesa (UCP).
O antigo reitor defende o respeito pela “identidade específica” da UCP e a “autonomia que dela decorre, nem sempre devidamente consideradas e respeitadas”.
Os alunos que frequentam as escolas católicas, sublinha, “são penalizados pelo facto de os seus pais terem de suportar, duplamente, os custos da escolarização dos seus filhos, pelos impostos e pelas propinas e por não serem, na sua maioria, alvo do apoio financeiro do Estado para a educação dos portugueses”.
Manuel Braga da Cruz disse ainda que “o custo por aluno no ensino oficial é mais caro do que no ensino não oficial, mas o Estado ainda não fez nada para o reconhecer”.
O antigo reitor da Universidade Católica denunciou, também, “o desejo pelo uniformismo institucional” de muitos, que dificulta o entendimento da diversidade e do respeito pela especificidade da Universidade Católica.