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Lusodescendente pode ser um dos jihadistas no vídeo das decapitações

18 nov, 2014

Últimas informações davam conta que um francês e britânico podiam ter participado. O Estado Islâmico divulgou imagens do assassínio de mais um refém ocidental: Peter Kassig, de 26 anos.

Um francês de origem portuguesa pode ter sido identificado como um dos jihadistas que surgem no vídeo da execução do norte-americano Peter Kassig e de vários soldados sírios, noticiam jornais ingleses e franceses.

Segundo o diário britânico “The Times”, Abou Uthman terá sido identificado como um dos elementos após a análise pelos serviços de informação de vários países, incluindo o Reino Unido.

O vespertino francês “France Soir” acrescenta que este será um "francês de origem portuguesa originário de Roubaix", cidade no norte de França, a 14 quilómetros de Lille, citando o jornalista de investigação Jean-Paul Ney.

O repórter identifica assim o "segundo nacional francês" evocado pelo procurador da República de Paris, François Molins, na segunda-feira, como estando possivelmente implicado no vídeo.

Molins apenas tinha falado a possibilidade de "possível presença" de um segundo francês convertido, nascido em 1992 e que teria partido para a Síria em agosto de 2013.

O “Le Monde” cita o procurador que, sem identificar o suspeito, disse que é objecto de um mandado de captura no âmbito de um inquérito judiciário aberto em Outubro de 2013.

Segundo o “Times”, Abou Uthman já tinha sido fotografado antes com uma bota em cima de uma cabeça cortada. Porém, segundo o mesmo jornal, o lusodescendente não fazia parte da fileira extremista de Rouen de onde saiu o outro francês identificado na decapitação de prisioneiros sírios exibida num vídeo do Estado Islâmico divulgado no domingo.

Trata-se de Maxime Hauchard, cujo nome muçulmano é Abu Abdallah, nascido em 1992 na Normandia (norte de França) e que, segundo Molins, "partiu para a Síria a 17 de Agosto de 2013, depois de uma estada na Mauritânia em 2012".

O francês surge num vídeo, divulgado no domingo, da execução do norte-americano, fundador de uma organização humanitária, e de 18 homens apresentados pelo grupo radical como soldados sírios.

Ambos são visados num inquérito por homicídio em grupo organizado no âmbito de organização terrorista, anunciou o procurador francês na segunda-feira.

Há também suspeitas de que outro dos "jihadistas" que surgem no vídeo seja um cidadão britânico.

O procurador da República de Paris indicou que 1.132 franceses estarão envolvidos com grupos jihadistas e que 376 estão na Síria e no Iraque, entre os quais 88 mulheres e dez menores.