18 nov, 2014
O ataque desta terça-feira contra uma sinagoga, em Jerusalém, pode dar origem a uma nova onda de violência israelo-palestiniana. É a opinião do especialista em assuntos árabes e islâmicos, Dias Farinha.
“Este ataque pode originar uma terceira intifada com uma sucessão de mortos de parte a parte”, alerta em declarações à Renascença, acrescentando que “neste momento, é mais previsível uma revisão dos procedimentos no interior de Israel, nomeadamente nos territórios ocupados, uma vez que este atentado foi produzido no interior de Israel e da Palestina ocupada”.
Dois homens armados com machados e facas levaram a cabo um ataque numa sinagoga. A ofensiva resultou em, pelo menos, seis mortos, entre os quais os dois autores do ataque, e oito feridos. Entraram no templo e atacaram indiscriminadamente os presentes, tendo sido mortos pelas autoridades, que os identificaram como palestinianos. A polícia admite ter-se tratado de um ataque terrorista e acredita que um terceiro elemento, entretanto em fuga, possa também ter estado envolvido no ataque.
O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, já veio condenar o ataque, bem como o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
Este episódio de violência é o mais grave na cidade de Jerusalém desde 2008, quando um palestiniano matou a tirou oito judeus num seminário. A segunda intifada registou-se entre Setembro de 2000 e 2005 e resultou na morte de mais de quatro mil mortos, a maioria do lado palestiniano.
No Verão as duas partes envolveram-se num conflito que durou 50 dias(de 8 de Julho a 26 Agosto). O balanço final aponta para 2.140 palestinianos mortos, a maioria civis, e 73 israelitas, 67 dos quais soldados. Este conflito teve origem no sequestro e morte de três adolescentes israelitas, em Junho. Israel culpou o Hamas e levou a uma repressão contra o grupo na Cisjordânia.