Um relatório das Nações Unidas revela que cerca de 15 mil voluntários de mais de 80 países, um número "sem precendentes", viajaram para a Síria e Iraque para ingressar nas fileiras jihadistas.
O número de voluntários estrangeiros desde 2010 é "várias vezes" mais o número acumulado dos 20 anos anteriores, revela o relatório elaborado ao Conselho de Segurança e divulgado pelo jornal britânico "The Guardian".
"Há grupos de terroristas estrangeiros de França, Rússia, Reino Unido e Irlanda do Norte a operar em conjunto", informam os autores do documento.
O relatório foi elaborado por um comité que monitoriza a Al-Qaeda e afirma que este grupo tão temido no passado "tenta garantir um lugar" face à força do Estado Islâmico, uma organização que foi expulsa da rede extremista pelo sucessor de Osama Bin Laden, Ayman al Zawahiri.
Embora o texto não apresente uma lista dos 80 países - fontes de voluntários para o Iraque e Síria - nos últimos meses têm sido tornado públicos vídeos com apoiantes com origens tão diferentes como Maldivas, Chile ou Noruega.
O comandante da polícia britânica, Bernard Hogan-Howe, estimou na semana passada que cinco pessoas deixam o país todas as semanas para combater nas fileiras do grupo jihadistas. As autoridades britânicas acreditam que 500 dos seus cidadãos estão a lutar actualmente na Síria e no Iraque.
Em Portugal, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, revelou existirem 12 a 15 jovens que estão nas fileiras daquele movimento radical, consequência do que disse ser uma "crise de valores que hoje atravessamos e a falta de um ideal".
Rui Machete já avisou: Os portugueses que participem em acções do autoproclamado Estado Islâmico
serão considerados terroristas e que o seu envolvimento no grupo jihadista não pode ocorrer "de ânimo leve".
O que é o Estado Islâmico?