Rota das Alminhas promove tradição única no mundo
11 jul, 2014 • Liliana Carona
As alminhas podem ser microcapelinhas, nichos ou painéis de azulejos e promovem a tradição de se rezar pelas almas no purgatório.
Decorre este domingo em Carragozela, concelho de Seia a primeira caminhada Rota das Alminhas. Um passeio pedestre, com duração aproximada de três horas, que tem por objectivo reavivar uma tradição que é única no mundo, a das alminhas, pequenas capelas ou nichos onde os fiéis são convidados a rezar pelas almas do purgatório.
Na aldeia de Carragozela são sete as alminhas, preservadas e em bom estado. Já há cinco anos que João Barreiras o presidente da Junta se dedica à conservação deste património. “De facto tive o cuidado de reavivar, porque elas estavam muito abandonadas, muito maltratadas, algumas estavam envoltas em silvas e vegetação. Estávamos também a pensar colocar algumas orações junto a elas”.
Jose Pinto 63 anos, dedica-se ao estudo das alminhas da Aldeia de Cabeça. Afirma que as Alminhas do Corte-Muro, só existem naquela aldeia. “São as alminhas de corte-muro, porque contrariamente às alminhas tradicionais estão implantadas numa pedra de xisto, que é muito frágil. É uma coisa praticamente impossível, mas eles conseguiram-no”.
E será que ainda há quem pare para rezar nas encruzilhadas onde estão as alminhas? O estudioso José Pinto garante que sim. “Há! Muita gente! Antigamente colocavam lá pão, porque no sentimento popular as alminhas vinham lá comer de noite”.
Microcapelinhas, nichos, painéis de azulejos, as alminhas podem assumir formatos diferentes. Algumas estão votadas ao abandono, mas no concelho de Seia ganharam uma nova alma.