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“Limpeza” dá frutos mas deixa Banco do Vaticano quase sem lucro

08 jul, 2014

Durante o ano de 2013 foram encerradas cerca de 3.000 contas e bloqueadas outras 2.000 consideradas suspeitas.

A operação de limpeza do Instituto para as Obras de Religião (IOR), como é conhecido oficialmente o Banco do Vaticano, custou à instituição praticamente todo o lucro previsto para o ano de 2013.

No seu documento de relatório e contas, apresentado esta terça-feira, o presidente da IOR, que cessa agora funções, explica que a operação resultou num lucro de apenas 2,9 milhões de euros, devido aos custos de contratar conselheiros externos e ao abate de investimentos de risco, ou considerados suspeitos, que foram eliminados. Sem estas medidas, diz Ernst von Freyburg, o lucro teria sido de perto de 70 milhões de euros. Em 2012, alcançaram os 86,6 milhões de euros.

Mas o preço da operação de limpeza, que levou ao encerramento de 3.000 contas que estavam inactivas ou que estavam em nome de pessoas que não cumprem os critérios para ter conta aberta na instituição, e ainda ao bloqueamento de 2.000 consideradas suspeitas, valeu a pena insiste Freyburg.

“Este processo doloroso mas necessário abre as portas para um novo futuro, mais descomprometido.”

O IOR foi criado para gerir o dinheiro do Vaticano, de instituições religiosas e funcionários da Santa Sé, mas ao longo dos anos esteve envolvido em muitos escândalos, incluindo suspeitas de lavagem de dinheiro.

Freyburg foi contratado para reformar o Banco do Vaticano e será agora substituído nas suas funções. O seu sucessor será anunciado na quarta-feira, em conferência de imprensa do Cardeal George Pell, da Austrália, que foi nomeado pelo Papa Francisco para supervisionar o processo de reforma do Banco do Vaticano.