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Islamização forçada ameaça cristãos no Iraque

24 jun, 2014 • Aura Miguel

Mulheres e cristãos são as principais vítimas de um código de conduta radical, com 16 artigos. O Patriarcado de Bagdad alerta para a tragédia.

A islamização forçada está em vigor na província de Nínive e Mossul, zonas ocupadas por militantes do chamado “Estado islâmico do Iraque e do Levante” (ISIS).

Os islamitas espalharam pelas ruas e praças um novo código de conduta inspirado numa interpretação radical da lei islâmica, onde as principais vítimas são as mulheres e os cristãos.

O código, com 16 artigos, impõe a pena de morte para os que renegam o islão, obriga as mulheres a não saírem de casa e os cristãos a pagarem uma taxa mensal mínima de 250 dólares, quase 200 euros, por mês.

O Patriarcado Caldeu de Bagdad já reagiu em defesa dos cerca de 500 cristãos que ainda se encontram em Mossul. Os cristãos são, na sua maioria, desempregados que não conseguem pagar a verba exigida. O ISIL já tinha tido atitudes parecidas na Síria, em muitas das zonas que ocupa.

Para além das ameaças, há zonas onde a destruição é já visível. Em Mossul duas igrejas já foram vandalizadas e derrubadas e os receios sobre o futuro aumentam se houver um reforço de brigadas voluntárias da jihad provenientes da Arábia Saudita, Íemen, Chechénia e Afeganistão, uma vez que estas são conhecidas pela sua fúria iconoclasta, pois abatem todos os campanários e símbolos cristãos, bem como todo o tipo de estátuas, imagens e quadros que reproduzam o rosto humano.

O Patriarcado de Bagdad alerta para a tragédia dos cristãos, pois os que resistem e permanecem na região arriscam-se a ficar sem os seus bens, tendo como única alternativa a conversão ao Islão ou a expulsão.