Arcebispo de Évora apreensivo com situação política
28 mai, 2014 • Rosário Silva
Se as legislativas fossem hoje, o país podia ficar “ingovernável”, considera D. José Alves que vê “Portugal numa encruzilhada”.
O arcebispo de Évora está “apreensivo” perante os resultados das eleições europeias de Domingo passado. Em declarações à Renascença D. José Alves faz uma leitura que revela preocupação.
“Significa um alheamento das populações em relação à política e isso é mau e quando se trata da Europa é sinal que as pessoas não esperam muito dela tal como nos é apresentada no momento presente” refere o prelado.
Para além da elevada abstenção, D. José Alves aponta para um outro elemento, a subida da extrema esquerda e da extrema direita, que revela igual descontentamento.
“Quando os partidos radicais começam a crescer é sinal de que quem tem o poder, quem governa, não consegue dar respostas aos grandes problemas da sociedade. Eu vejo isto com muita apreensão” desabafa.
Quanto à situação política portuguesa, sublinha, se as legislativas fossem hoje, por falta de uma alternativa, o país estaria sem rumo.
“Se o partido da maioria não conseguiu a maioria desejada também não se prefigura nenhuma solução, à primeira vista. E o Partido Socialista, com a votação que teve... Se fossemos para eleições legislativas com estes resultados, penso que estaríamos perante um Portugal, talvez, ingovernável”.
“Portugal está numa encruzilhada” crê o arcebispo de Évora que considera, contudo, ser necessário esperar mais algum tempo para que quando se chagar às legislativas possa estar definida uma maioria.
D. José Alves lembra que “já tivemos experiência de governos com minoria e isso não resolve absolutamente nada, pelo contrário, a crise aumenta”.
O arcebispo falava esta quarta-feira, em Évora, à margem da apresentação do 48º Dia Mundial das Comunicações Sociais que a Igreja Católica celebra, este ano, a 1 de Junho (Solenidade da Ascensão do Senhor).