Segundo o tribunal que a condenou à morte por “renunciar ao Islão”, Meriam Ibrahim pode agora amamentar a sua criança durante um máximo de dois anos antes de ser executada.
A sudanesa Meriam Ibrahim, que foi recentemente condenada à morte por alegadamente ter renunciado ao Islão e cometido adultério, já deu à luz. A informação foi dada pelo seu advogado ao jornal britânico “Daily Telegraph”.
A história de Meriam Ibrahim chegou à imprensa mundial em meados de Maio, quando um tribunal considerou que a mulher, na altura grávida, era culpada daqueles dois crimes. Segundo o tribunal sudanês, Ibrahim é muçulmana, uma vez que essa era a religião do seu pai.
Mas a condenada argumenta que o pai a abandonou ainda em criança e que foi criada como cristã pela sua mãe, que é etíope, fiel da Igreja Ortodoxa daquele país.
O tribunal recusou a defesa de Meriam e deu-lhe várias oportunidades para renunciar ao Cristianismo, coisa que ela sempre recusou.
Mais, o tribunal concluiu que, por supostamente ser muçulmana, o seu casamento com um homem cristão não era válido, pelo que a considerou culpada também de adultério.
Os apelos da comunidade internacional para que Meriam Ibrahim seja libertada não foram escutados pelo Governo do Sudão.
Segundo as normas em vigor, Meriam tem agora dois anos para amamentar a sua filha, até ser executada. O advogado de Meriam diz que a sua cliente nem foi levada ao hospital, tendo dado à luz na clínica da prisão onde se encontra detida.