24 mai, 2014
- “Viva, Santo Padre, sou de Portugal, sou jornalista da Rádio Renascença.”
Ali estava Francisco, de pé ao longo do corredor do avião, para uma rápida saudação a cada um dos jornalistas a bordo. Tão breve, que apenas consegui dizer estas palavras. E ele, super bem-disposto, respondeu:
- “Eu lembro-me bem”.
O Papa referia-se à única vez que nos vimos, durante a viagem ao Brasil. Continuou a sorrir, comigo ali sentada entre dois colegas e já quando ele se preparava para saudar o jornalista do lado, ainda arrisquei:
- “E quando vem a Portugal?”
- “A Fátima”, respondeu sempre a sorrir.
Pois, ainda não foi desta vez que Francisco disse que vinha, mas também não disse que não vinha, por isso, nunca é demais lembrar-lhe que o esperamos.
Na Jordânia, o acolhimento ao Papa foi muito familiar e comovente. Tal como o foi há 50 anos com Paulo VI, depois em 2000 com João Paulo II e em 2009 com Bento XVI. Cada um no seu contexto, deixaram a marca de Pedro, com aquela solicitude de amor dos apóstolos de Jesus.
Francisco, mal pisou esta terra sagrada, falou de paz, de humildade, de reconciliação e perdão.
Mas não se arriscará a que a sua voz se torne mais uma a bradar no deserto? Será que o seu pedido para os fabricantes de armas abandonarem o que fazem e se converterem vai resultar?
Entre tantas emoções vividas este sábado pelos jordanos e refugiados da vizinha Síria e do Iraque, o Patriarca de Jerusalém, ao saudar o Papa Francisco, talvez nos tenha dado a chave de leitura: "Na tua pessoa vemos a bela figura de João Baptista, padroeira da Jordânia. Agora, tu és o Baptista deste século, que prepara o caminho do Salvador, exige a conversão do coração e levanta a sua voz contra todo o tipo de injustiça e violência".