Campanha do Vaticano alerta para tráfico de pessoas durante o Mundial
20 mai, 2014 • Aura Miguel
“Joga pela vida, denuncia o tráfico” pretende sensibilizar a opinião pública para o problema. Cerca de 30 milhões de pessoas em todo o mundo são vítimas deste crime.
O campeonato do mundo de futebol no Brasil pode ser aproveitado por redes de tráfico de seres humanos. O alerta à opinião pública foi lançado, esta terça-feira, pelo Vaticano.
A denúncia parte da Rede Internacional da Vida Consagrada Contra o Tráfico de Pessoas, uma organização que envolve mais de 800 freiras e religiosos espalhados por 79 países e cuja presidente é a Irmã Carmen Sammut.
“A opinião pública precisa de ser alertada. Precisamos que as pessoas tomem consciência do que acontece à volta de um grande evento mundial como é o Campeonato Mundial da FIFA e o sofrimento dos que são traficados. Sem este esclarecimento, se não agirmos em conjunto a favor da dignidade humana, a fase final do Campeonato do Mundo, pode transformar-se numa terrível vergonha, em vez de uma festa para a humanidade”, alerta.
“Joga pela vida, denuncia o tráfico” é o lema da campanha pensada para o mundial no Brasil e que foi incentivada pelo Papa Francisco, explica o cardeal Brás de Aviz, prefeito da Congregação para os Religiosos.
“Unamos as nossas forças para salvar os mais vulneráveis desta escravatura do tráfico porque ninguém pode ser excluído da alegria que o Senhor dá. Esta é a motivação mais profunda da campanha que hoje oficialmente começamos”, disse.
A campanha conta também com o apoio dos Estados Unidos que, nesta conferência de imprensa, agradeceu a acção de todas as religiosas que, um pouco por todo o mundo, acompanham no terreno as vítimas de tráfico.
A escravatura moderna afecta cerca de 30 milhões de pessoas em todo o mundo e envolve o tráfico humano, incluindo prostituição forçada, o trabalho forçado, o recrutamento de crianças soldado, a prostituição infantil e as piores formas de trabalho infantil, assim como o casamento forçado.